sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Concursos Literários do Mês de Setembro




Concursos do Mês - Setembro de 2012

*Confira também a lista completa dos Concursos do Ano e a lista das Seleções Permanentes no blog Concursos Literários

As datas nos tópicos referem-se ao prazo limite para realizar a inscrição.

06.09.2012 - Concursos Literários da Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba - FUNDART
Informações:
a) Concursos de contos, textos de teatro, poesia e poesia estudantil
b) Exclusivo para residentes no Litoral Norte e Vale do Paraíba do estado de São Paulo

07.09.2012 - 2º Concurso Literário - Piquete Chama Nativa
Informações:
a) Concurso de Poesias e Causos

08.09.2012 - II Concurso Nacional ALACE
Informações:
a) Concurso de Crônicas e Trovas

10.09.2012 - X Prêmio Barueri de Literatura
Informações:
a) Concurso de Contos e de Poesias
b) Dividido em 4 categorias (ver Artigo 2º)
Premiação
I) Prêmios em dinheiro
II) Publicação em coletânea

10.09.2012 - Concurso Internacional de Contos Vicente Cardoso
Informações:
a) Concurso de contos
b) Inscrição por e-mail
Premiação
I) Publicação em antologia

10.09.2012 - Concurso Literário da Associação Brasileira de Educação Médica/2012
Informações:
a) Concurso de poesias
b) Exclusivo para estudantes de medicina, docentes, residentes e profissionais da área da saúde de todo o Brasil
Premiação
I) Ao autor do melhor trabalho será entregue um tablet
II) Certificados aos demais classificados

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Documentário - Memória Política: Rachel de Queiroz


 Sinopse


Em 1915 ela foi testemunha de uma das maiores secas que o Nordeste já viveu.

Com essas cenas na memória, Rachel de Queiroz escreve seu romance de estréia, "O Quinze". Saiu do Ceará para o Rio de Janeiro, onde ficou amiga de escritores como José Lins do Rego, Graciliano Ramos e José Olympio.

Comunista, crítica do partido, ela fez oposição ao governo de Getúlio Vargas. Mas conta, neste documentário, sua amizade com o general Castelo Branco nos anos da ditadura militar.


Título: Memória Política
Autor: TV Câmara
Categoria: História
Idioma: Português
País: Brasil




Para mais vídeos visite meu canal no Youtube

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Escrevendo paz - Descortinando Leon Tolstoi (escritor)


Somos formados de pedaços belos e feios, doces e amargos, convivendo entre si. Não só podemos, como devemos escrever sobre tudo, verdades, absurdos, sobre nada. Mas não há razão verdadeira para que mesmo que só escrevamos, armas, não possamos fazê-las disparar tiros de paz. Podemos até sentir complicada tristeza, mas o mesmo que sente sabe o que deseja, para mudar.

Experimente, mesmo que por economia, deixar de escrever por um momento, guerra; para escrever simplesmente, PAZ!

Joakim Antonio



"Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a sí mesmo." Leon Tolstoi - Pamphlets - translated from the Russian - página 71, Free Age Press, 1900




Leon Nikolaievitch Tolstoi (9 de setembro de 1828 - 20 de novembro de 1910). Foi um novelista, anarcopacifista e pensador moral, notável por suas idéias de resistência através da não violência. É considerado um dos maiores escritores de todos os tempos.

Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.

Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes mestres da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas são Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da Literatura.

Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.

Pacifismo

Tolstoi ficou famoso por ser um pacifista. Nas palavras de Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou correspondência, o escritor foi o maior "apóstolo da não-violência". No livro "O Reino de Deus está em vós", Tolstoi baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal.

No mesmo livro, continuando seu raciocínio pacifista, o escritor afirma ser contrário ao serviço militar obrigatório (e ao militarismo como um todo). Ele também defende e exalta povos como os Quakers, que buscam a simplicidade, a autonomia e não utilizam de violência. Fonte: Wikipédia


Para saber mais:


Tolstoi e a anti-pedagogia (uma proposta de educação libertária) em http://www.revistas.usp.br/

Grandes entrevistas - Leon Tolstoi em Tiro de letra


Baixar livros gratuitamente no site Universia:

Anna Karenina

Guerra e Paz 

Ressurreição




segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Boa visão


Por favor, olhe a mancha.
Vejo um rosto.
Então olhe de novo.
Vejo um corpo.
Olhe outra vez.
Vejo asas.
Tem certeza?
Claro que sim!
Então volte.
Nova consulta?
Não, para casa.
Sou louco?
Pelo contrário.
Então é um anjo!
Não é nada.
O que os outros veem?
Sujeiras, a morte, o diabo.
Mas eu só consigo ver um anjo.
É que o senhor, tem uma boa visão.
Obrigado.

Joakim Antonio



Imagem original: Armored Angel by Silverlimit


domingo, 26 de agosto de 2012

Ao sabor do vento - Descortinando Guillaume Apollinaire (escritor)



Tinha tanto medo de alturas
que nunca descera da árvore
adormeceu pensando
morrerei lagarta

Quando acordou e saiu do casulo
olhou-se admirada
agradeceu pelo novo olhar
agradeceu pelas nova cores
agradeceu pelas novas pernas
agradeceu por não precisar mais rastejar

Mas assim que agradeceu tudo que podia
olhou para o chão, teve medo e pensou
Deus pra que me dar tudo se a coragem não tenho
para que tanta beleza presa em uma árvore

Pediu se possível uma explicação
pediu se merecedora
ouvir a voz de Deus

Então um vento forte
soprou e derrubou-a do galho
desesperada começou a se debater
e então descobriu que podia voar

Agradeceu o recado
e nunca mais
parou de agradecer

Joakim Antonio


"Venham até a borda, ele disse. Eles disseram: Nós temos medo. Venham até a borda, ele insistiu. Eles foram. Ele os empurrou... E eles voaram."
Guillaume Apollinaire


Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Vladimir Apollinaris de Kostrowitzky, Roma, 26 de agosto de 1880 — Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.

Sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortexo de Orfeo (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo. Wiki


Para saber mais:

Português

Quatro poemas de Guillaume Apolinaire em astormentas.com

Aqui alguns caligramas - poesia visual em antoniomiranda.com.br

English

All poems


Imagem: Into the Light by holydak

sábado, 25 de agosto de 2012

Inapto



Por favor, não repare na bagunça, o último morador pirou e abandonou a casa.

O que aconteceu?

Não sei ao certo, ele me contratou para achar uma nova casa, vivia dizendo que não entendia esse mundo estranho.

Mundo estranho?

É, ele dizia que não entendia o porquê, de tantas linhas retas. Porque deveríamos andar na linha, ter móveis quadrados e morar em caixas de concreto.

Que louco, não?

Coisa de artista. Vivia dizendo também, que se gostava de Sol de verão, Lua cheia, olhos brilhantes e curvas femininas. Porque deveria privilegiar coisas retas? Se quando tudo mais que lhe interessa, era feito de suaves curvas, pela própria natureza.

Pelo jeito, ele odiava aqui então.

É verdade, encontrei para ele uma casa de um arquiteto antigo, feita só de curvas.

Tem gente que é assim, não se adapta aos padrões.

Na verdade, senti até um pouco de inveja.

Por quê?

Ele nunca se enquadrou.


Joakim Antonio




Imagem: The last tenant by ZeEnigMa


sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Sendo - Descortinando Paulo Leminki (poeta)

 
o Bandido que Sabia Latim 

Autocensura

Pensei em ter
algo de Paulo 
vê se pode 

Ririam ao dizer 
de Leminski 
só o bigode 


Passeio de dez agrupados

Palavras 
     saem e retornam 
agrupando-se 
     como gostam 

Letras 
     dez iguais 
x x x x x x x x x x 
     nada formam 
  

Joakim Antonio  



ERRA UMA VEZ

nunca cometo o mesmo erro
        duas vezes
já cometo duas três
        quatro cinco seis
até esse erro aprender
        que só o erro tem vez

HEXAGRAMA 65

Nenhuma dor pelo dano.
  Todo dano é bendito.
Do ano mais maligno,
  nasce o dia mais bonito.

1 dia,
    1 mês, 1
     ano


Paulo Leminski 


"Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além"

Paulo Leminski 



Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro. 

Filho de Paulo Leminski Filho e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polonês com mãe negra, Paulo Leminski foi um filho que sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados franceses.

Em 2013 o livro organizado por Alice Ruiz "Toda Poesia" foi best seller. Neste mesmo ano se iniciou a exposição itinerante "Múltiplo Leminski" que já passou por Curitiba, Foz do Iguaçu, Goiânia, Recife e Salvador. Em 2014 foi lançado um disco duplo com suas composições intitulado Leminskanções (www.leminski.com.br). Estão previstos para o mesmo ano o lançamento do songbook com depoimentos de amigos, parceiros e intérpretes, o lançamento do acervo digital e o portal oficial www.pauloleminski.com.br



Conheça mais de Paulo Leminski: 

Instituto Paulo Leminski, com diversos links. 

Documentário Ervilha da Fantasia, para assistir online.

A música de Leminsky, por Estrela Ruiz Leminski.


Imagem original: Do filme "Ervilha da Fantasia", documentário de Werner Schumann, rodado em 1985, com Paulo Leminski, é o mais importante trabalho realizado sobre o poeta, onde ele descreve todo o seu pensamento sobre poesia, cinema, literatura, psicanalise e apresenta a sua obra.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Azul da cor do mar - Descortinando Nelson Rodrigues (escritor)



Jorge chega em casa e encontra seus amigos, Júlio e Carlos, conversando dentro do carro, então ele solta um sonoro oi, que é respondido com vários sinais para que não faça barulho. Sem entender nada ele, agora bem baixinho, pergunta:

- Me fala aí, o que tá pegando?

Eles se entreolharam e disseram juntos:

- Olha do outro lado da rua.

- Humm, a Clara, tia do Marquinhos, e dai?

- Como e daí, disse Carlos, você é cego?

- Claro que não, se eu estou vendo ela direitinho.

Júlio coloca as mãos na cabeça:

- Presta atenção Jorge, olha como ela está, não tem nada chamando sua atenção?

Jorge olha para dentro de casa, para os dois lados da rua, como se procurasse algo, então disfarçadamente olha para frente.

- Não acredito que é o que estou pensando?

- Mas é claro, diz Júlio, você viu? É azul, não é?

- Vocês estão parados aqui, só porque dá pra ver um pedaço da calcinha dela?

Carlos tenta se defender:

- Mas nessa meia hora que estamos aqui, quase deu pra ver algo mais.

- Meia hora? Você disse meia hora? Espero que minha mulher não ache que estou no carro com vocês. Deixa eu falar umas coisinhas para vocês.

Então Jorge passa um sermão nos amigos, enumerando todos os motivos por que deveriam sentir vergonha de estar fazendo isso, complementando com um, "Ninguém é mais criança aqui!".

Carlos e Júlio tentam se defender, em vão, e acabam concordando que é melhor ir embora, pois Jorge, além de chato, está chamando muita atenção e não vão conseguir ver mais nada ali, então Carlos dá partida no carro e sai falando alto:

- Tchau seu velhinho.

Enquanto Júlio coloca a cabeça fora do carro e grita também:

- Velhinhooooooooooooooo...

Jorge olha para Clara que, sem saber ser a causadora, ri da situação e diz:

- Liga não Jorge, amigo é assim mesmo, tudo doido.

Ele ri, dá um tchauzinho e abre o portão, mas na hora de trancá-lo, demora uns segundos a mais e dá uma nova olhada na Clara; então entra em casa devagar, aperta o passo no meio do quintal, entra pela porta e encontra sua mulher na sala, dá um beijo nela, deixa suas coisas e sai para o quintal de novo, já pegando a vassoura.

- Para que essa pressa toda querido?

- Você viu aquela calçada amor? Pelo amor de Deus, está um lixo só. Vou aproveitar essa meia horinha, antes do sol se por, e dar uma bela limpada nela, assim ainda aproveito um pouco da bela vista que está lá fora.

E saiu de pazinha, saco de lixo e vassoura em riste. Ao abrir o portão, acenou novamente para Clara e começou a limpar a calçada vagarosamente, enquanto ao mesmo tempo assobiava, Azul da cor do mar.

Joakim Antonio

 "Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino)." - Nelson Rodrigues

(Foto: Jarkiel Gonzgarowska)

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 - Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) . Autor. Ao longo de sua trajetória artística, Nelson Rodrigues é alvo de uma polêmica que o faz conhecer tanto o sucesso absoluto, como em Vestido de Noiva, 1943, cuja encenação por Ziembinski marca o surgimento do teatro moderno no Brasil, quanto a total execração, como em Anjo Negro, 1948, ousada montagem para a época pelo Teatro Popular de Arte. Distante de qualquer modismo, tendência ou movimento, cria um estilo próprio e é hoje considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Outro ângulo




"Às vezes precisamos nos olhar por outro ângulo, para entender a própria história."


Joakim Antonio



Photo by Gilbert_Garcin

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Quantificando


Quantos séculos, quantas misturas
Por quanto tempo, temos andado
Quais pessoas estão criando
E quais são simples criados

Vozes mudas pelo mundo
Pequenos deuses do incriado
Gritos na zona periférica
Constantemente abafados

Quando nos vemos obra
Divinamente encadernada
Desprezamos a platéia
Devidamente endemoniada

Quantos olhares furtivos
Pelos vidros dos carros
Quantas mãos estendidas
Sorrindo por uns trocados

Quais as cores das classes
Quantos olhos sobre nós
Por quantas ruas da vida
Passeamos sem faróis

Massa grande e disforme
Adaptando-se ao nada
Esperando por seu céu
Quantas vezes enganada

Quantas vidas passarão
Quantos dias passará
Sem aprender a contar
Sem poder quantificar


Joakim Antonio


Photo by Spencer_Tunick

domingo, 19 de agosto de 2012

Gira_tonto



Levado para sala
Bem regado
Lindo

Girava
Sem destino
Por toda casa

Sentia-se o escolhido
Pensando ser
Girassol

Ingênuo
Era Gira_tonto
Da luz artificial

Joakim Antonio



Imagem: Photo by Robert_Mapplethorpe

sábado, 18 de agosto de 2012

O Pensador - Retratos da Alma



O Pensador, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 




Caminha
Calmamente senta
Tirando os sapatos


Inspira
Se orienta
Pelo céu opaco

Analisa
Pensa muito
Sobre...



Clique abaixo para ler o texto completo



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Documentário - Guimarães Rosa: o mágico do reino das palavras. (Mestres da Literatura)





Sinopse


A vida de Guimarães Rosa, um dos maiores escritores brasileiros, que também foi médico e diplomata. Em sua obra, a presença do universo sertanejo, com histórias de jagunços, conflitos e andanças.

O programa mostra narrações de trechos de textos consagrados do autor, como Grande Sertão: Veredas, Sagarana, Tutaméia, entre outros. Participação dos "Miguelins", jovens de Cordisburgo -- MG, que resgatam a obra de Guimarães Rosa por meio da tradição oral.

O programa destaca seu principal livro, Grande Sertão: Veredas.


Ficha Técnica

Equipe Polo de Imagem
Roteiro e Direção: Mônica Simões
Produção Executiva: Malu Viana Batista
Coordenação de Produção: Marcia Lima
Direção de Fotografia: André Macedo
Edição: Renata Terra
Design Gráfico: Eduardo Gurman, Fernando Nogueira
Trilha Sonora Original: Trex/M3
Narração: Paschoal da Conceição

Equipe TV Escola
Direção de Produção: Antonio Augusto Silva
Coordenação de Programação: Rogério Soares
Coordenação de Material Didático: Vera Maria Arantes

Produção
Marilda Cabral



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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Viagem sem volta


Diziam que viraria purpurina,
desacreditavam e torciam narizes,
por cantar aos quatro ventos,
que seu mundo era mágico.

Sempre retrucava dizendo,
que um dia ainda voaria
para ver o pôr-do-sol,
e achavam muito estranho.

Lhe negaram empregos,
escorraçaram de casa,
revelaram segredos
e queimaram sua tralhas.

Tentou viver escondido,
realidade da noite,
terno azul da tarde,
personagem do dia.

Melhorou a vida
dele e da família,
mas infelizmente,
continuava proibido.

Taxado, humilhado,
foi atocaiado e pego,
voltando para casa,
completamente nu.

Uma semana depois,
com o rosto desfigurado,
olhou no espelho e disse:
Adeus Alice, e pairou no ar.

Joakim Antonio


Imagem: Red shoes and Two feet by GeorgeSevendogs

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Estrada dos sem sapatos


Na estrada dos sem sapatos, é proibido andar calçado,
passar correndo, não olhar o céu
e andar na linha.

Na estrada dos sem sapatos, é indelicado não pisar na grama,
fingir não ver, calar ideias
e concordar com tudo.

Na estrada dos sem sapatos, é loucura não deixar presente,
abraçando o outro, dando carinho
e desejando o bem.

Na estrada dos sem sapatos, é pedido que deixem de lado,
o sapato velho, os preconceitos
e antigas mágoas.

Na estrada dos sem sapatos, há um grande aviso na entrada,
"Depois de passar por aqui, nunca mais conseguirás,
não amar mais nada."


Joakim Antonio


Imagem: Shoes by Guzh

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Caos e Ordem - Descortinando Murilo Mendes (poeta)



O caos é bom
O caos é mau
Cubramos ele com uma pá de cal

Um caso do bem
Um caso do mal
Casemos a Ordem com o Caos

Uma calmaria
Uma discussão
Façamos vista grossa aos cristãos

A mão direita
A mão esquerda
Apaguemos com uma o que a outra escreva

Um leve sussurro
Um gigantesco grito
Finjamos de surdo a olhos vistos

O guia espiritual
O guia de ruas
Ouçamos o poeta e suas loucuras

A casa de cima
A casa de baixo
Fiquemos todos meio estáticos

O poeta da ordem
O poeta do caos
Decidamos qual é quem e quem é qual


Joakim Antonio



"Sou um espírito dialético, eu busco a lógica oculta entre a sensualidade e cristianismo, racionalismo e irracionalismo". - Em entrevista à Revista Veja, em setembro de 1972






Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta e prosador brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro.

domingo, 12 de agosto de 2012

Sua Mão - Dia dos Pais



Pai, me dê sua mão, para que eu a segure daquele mesmo modo, quando nos vimos pela primeira vez.
Pai, afague meus cabelos, nesse dia sozinho, porque ando precisando tanto, muita mais do que queria.
Pai, me pegue no colo, de novo, para que eu sinta, mesmo em sonhos, o calor dos braços teus.
Pai, canta uma canção, sem se preocupar se é hipocritamente correta, aquela mesma, do boi da cara preta.
Pai, me ensina contar mais, já separei nosso papel do açougue e a caneta piloto, só falta você aqui.
Pai, fala meu nome, de novo, de novo e de novo, o seu neguinho continua aqui, esperando você acordar.
Pai, eu sei, é que faz tanto tempo, são tão poucas lembranças, mais sentimentos e menos palavras.
Pai, comemoramos tão pouco, apenas 6 anos, mas estou feliz com o que pôde me ensinar.
Pai, eu estou seguindo o caminho, acertando e errando, mas sorrindo, assim como você fazia.
Pai, dá um abração no nosso outro Paizão aí e diz obrigado, por ter deixado conhecê-lo antes de partir.
Pai, não se preocupe, ainda sinto sua mão, sempre mais forte, me guiando e ensinando a escrever.

Pai 

Parabéns e Obrigado

Eu Te Amo


Joakim Antonio



Parabéns a todos os pais e pessoas que fazem, ou evocam o papel de pai. Todos os dias você merecem ouvir, "Eu te amo!". 

sábado, 11 de agosto de 2012

O Menino Grapiúna - Centenário de Jorge Amado (especial de literatura)




Especial Record de Literatura, exibido em comemoração ao centenário de Jorge Amado, no qual o cantor Gilberto Gil narra partes das principais obras do autor.

Baseado no romance autobiográfico do escritor baiano, o especial mostra as histórias vividas pelo autor quando menino e, ainda, personagens como seu pai, Coronel Amado (Laerte Mello), sua mãe, dona Eulália (Bel Teixeira) e o padre Cabral (Nando Alves Pinto) importantes em sua trajetória.

O fio condutor do especial se dá através do personagem do menino Amado ou menino Grapiúna, termo utilizado pelos sertanejos baianos para se referir aos habitantes do litoral, que vive momentos eternizados nos livros do próprio autor.

Como toda a literatura de Jorge Amado é baseada em histórias e memórias de sua infância, o telefilme relembra figuras que deram origem a vários personagens recorrentes na obra do escritor. Como interlocutor, o cantor Gilberto Gil narra trechos dos livros mais conhecidos do autor durante as cenas.

Gil alinha diferentes momentos das lembranças e histórias do filme, além de falar sobre o livro, o escritor e o amigo, Jorge Amado, afirma Lina Chamie, diretora do especial.


Título: O Menino Grapiúna
Ano de produção: 2011
Duração: 30:22"
Realização: Record R7.com

Filme produzido com recursos públicos, através da Ancine - Agência Nacional de Cinema - e realização da Record e Bossa Nova Filmes.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

O centenário grapiúna - Descortinando Jorge Amado (escritor)


Oia lá, lá vem o bom baiano, vem andando sem pressa, nos seus, também bons, cem anos; traz lápis e papel na mão, já na cabeça, chapéu panamá e pura inspiração. Sabe de onde ele vem, vem de um grande país, O País do Carnaval, Cacau, Suor e lágrimas, de sincretismo religioso, onde vive o misterioso Jubiabá.

Esse bom baiano é mestre das águas, já navegou pelo Mar morto, guiando Capitães da areia e declamando poesias, apresentando a eles A estrada do mar. Ele sabe de cor o ABC de Castro Alves e também luta, assim como O cavaleiro da esperança, daqui até essas Terras do Sem-Fim, chegando em São Jorge dos Ilhéus e passando pela Bahia de Todos os Santos, que ele conhece como a palma da mão. Apresentando os lutadores da Seara vermelha, buscadores de melhores condições de vida, ganhando o pão diário e buscando O amor do soldado, que não é viver em guerra e sim buscar O mundo da paz, seja aos olhos de todos, ou percorrendo Os subterrâneos da liberdade.

Apreciador da beleza feminina, nunca nos deixou esquecer Gabriela, cravo e canela, menina brejeira e simples, que é leve como a brisa e forte como o furacão. Talvez sabendo que se eternizaria, não tinha medo de falar da morte, em especial, A morte e a morte de Quincas Berro d'Água.

Era amigo de todos, entre eles, os capoeiras do terreiro, Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, Os pastores da noite e o O Compadre de Ogum, talvez até esse último tenha notado primeiro, o que havia entre Dona Flor e Seus Dois Maridos. Também fez vários amigos na Tenda dos milagres, onde, a boca pequena, corria a história de Teresa Batista cansada de guerra.

Grande observador da vida sempre dizia a sua filha, “O mundo só vai prestar, para nele se viver, no dia em que a gente ver casar, O gato Malhado e a andorinha Sinhá. Saindo os dois a voar, o noivo e sua noivinha, Dom Gato e Dona Andorinha.”; já para os adultos, adorava contar a volta e as reviravoltas que causara Tieta do Agreste, inclusive para seus pares da academia, mesmo não gostando de usar o que lá era moda, a Farda, fardão, camisola de dormir, que lá era obrigatória.

Desejava a todos liberdade de ser, assim como a natureza e, Do recente milagre dos pássaros, tudo sabia o grande homem do litoral, que nunca deixaria de ser O menino grapiúna, que se alegra e ri alto, de histórias divertidas como A bola e o goleiro, que lhe tiravam do universo sombrio da Tocaia grande, fazendo com que espairecesse e não pensasse em nada mais, não se preocupando nem com O sumiço da santa.

Gostava de lembrar-se dos bons tempos, da Navegação de cabotagem, e puxar conversa sobre a cultura árabe, que ele chamava de A descoberta da América pelos turcos, influenciando não só a cultura baiana e brasileira, mas também o mundo, se houvesse tempo, falaria sobre O milagre dos pássaros, histórias da Hora da Guerra, que só ele sabia contar.

No final, nenhuma história acabou, ninguém morreu, alguns choraram, mas todos, sem exceção, sorriram por poderem se deliciar com as histórias do grande, ou melhor, eterno grapiúna; que trazia no nome um delicioso destino.

Parabéns, Amado Jorge e obrigado!




Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Fragmentar


Não guardar ideias
jogar no papel
fragmentá-la
conectando redes
atravessando paredes
de velhos paradigmas
recapeados
pelo dinheiro
pela ganância
pela ânsia
de ter
exclusividade
retendo a raiz
da própria
árvore


Pegue o fruto de sua ideia e distribua a semente. 
Multiplique-se! 


Joakim Antonio



Imagem: Recherche antilustre 10 by Crayon2papier

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Palavras simples




Palavras podem ser
comida
para os ávidos
pérola
jogada aos porcos
semente
que
c
a
i
em
pedras
de corações

Palavras podem ser
c_a_c_o_s
em
vidro vermelho
sorrisos
de
educação amarela
sinal verde
para borboletas
v    
   o
 a
   r
e
 m
no estômago

Palavras podem ser
tão frutíferas
sertão estéril
ser tons fortes
ALTOS | baixos | médios
podendo
até
ser a fôrma
e
ter a forma
de
simples palavras


Joakim Antonio



Imagem: Simple is art by Khaloodies



terça-feira, 7 de agosto de 2012

Documentário - Mário de Andrade: reinventando o Brasil. (Mestres da Literatura)




Sinopse

O documentário revela como se deu a formação pessoal e acadêmica de um dos principais mentores da Semana de Arte Moderna de 1922, e a importância deste movimento e seu reflexo na cultura brasileira.

Os rumos na vida e na obra de Mário de Andrade, e de que forma sua produção intelectual influenciou gerações e alimentou polêmicas.

O clássico Macunaíma, considerado um "espelho-crítica" da formação do homem brasileiro e marco na literatura nacional, é aqui analisado por críticos, estudiosos e apaixonados por este importante escritor.


Ficha Técnica

Equipe Polo de Imagem
Roteiro e Direção: Hilton Lacerda
Produção Executiva: Malu Viana Batista
Coordenação de Produção: Marcia Lima
Participação Especial: João Paulo Lorenzon
Direção de Fotografia: Ivanildo Machado
Edição: Lessandro Sócrates
Trilha Sonora Original: Trex/M3
Narração: Tatá Guarnieri

Equipe TV Escola
Direção de Produção: Antonio Augusto Silva
Coordenação de Programação: Rogério Soares
Coordenação de Material Didático: Vera Maria Arantes

Produção: Marilda Cabral


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sábado, 4 de agosto de 2012

Senhora do Tempo - Retratos da Alma


Senhora do Tempo, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 



O tempo não tem forma
aparece e doa-se
sem pretensão
ensina o segredo
das horas
o como 
parar ou estender
momentos
presentes e passados
girando 
engrenagens 
com as próprias
antes paradas
mãos 

O tempo se amolda
sorrindo ou...



Clique abaixo para ler o texto completo



sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sonata



Naquela concha
sons da praia
marés e corpos
pés descalços
risadas

Naquele concha
sons do passado
vozes e cantos
crianças correndo
abraços

Naquela concha
sons do presente
céu e pássaros
praia e água
vazios

Joakim Antonio


Imagem: Shell by LeviticusMky

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Descansar




Descansar no campo
Encontrar ideias
Saciar desejos
Conhecer culturas
Aprender palavras
Nadar nos mares
Subir nas árvores
Apaziguar o coração
Repousar no livro

Joakim Antonio


Photo by Sarolta Ban

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Capoeira




Capoeira voa
Capoeira mata
Capoeira dança
No quintal de casa

Capoeira ri
Capoeira zanga
Capoeira chora
Os grilhões de outrora

Capoeira antiga
Capoeira nova
Capoeira atual
Movimentando-se no areal

Capoeira viva do meu país

Brasil povo que ginga!

Joakim Antonio


Imagem: Capoeira - Praia do Forte by Moneglc



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