Embrenhar-se na mata, fazer-se folha, tornar-se nada, espaço para encantamento de versos. Diluir-se no útero da terra, espalhar-se por completo, esquecer-se no tempo, voltando a ser verbo. E então, sob a luz do olhar, renascer.
Pequenos detalhes, toques sucintos. Um brinco e um sopro, tocando o pescoço. A unha desfeita, mostrando as garras. As unhas cravadas, só de brincadeira. O salto, as panturrilhas, a pose. As linhas das costas, de cima abaixo. A soma das ancas, alguns pelos dourados. Detalhes. Das pernas, nos braços. No encontro, do rosto. Da boca, do corpo. E ainda, há pose...
Há uma parte que ela vê, buscando o equilíbrio. Há uma parte que ela reclama, onde ninguém bate o olho. Há uma parte que ela não vê, onde sou eu quem aponta. Há uma parte que se acha perfeita e ela sabe que eu sei. Há uma parte que é sonho, exposto em segredo. Há uma parte que propositalmente, desperta desejos. Há uma parte à vontade, sempre endiabrada. Há uma completa mulher, que pega o que quer.