quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Delícia



Menina, moleca incontível. Brinca de piruetas no ar, vira estrelinha, leve e solta, desperta nosso sorriso de criança, nos chama sem que percebamos pra sua dança, que nem imaginamos que irá começar.

Mulher, energia inconcebível. Passeia calmamente pelos caminhos, sensualidade natural, desperta olhares de adultos, com passos cadenciados e precisos, retirando nosso coração pra dançar.

Musa, dançarina incontrolável. Veste bem qualquer cor, mas nessa hora, só enxergamos seu vermelho, sangue, fervor, desejos, numa dança furacão, onde nos toma por inteiros e devolve, doce ou veneno, conforme nosso caminhar.

Nessa hora não há outra palavra que a defina, pois já não é menina, tampouco mulher. É furacão de sentidos não ouvindo qualquer um, mas aceitando ao pé do ouvido, da voz correta e no tom certo de malícia, a palavra reverência, de quem a sabe despertar...

Delícia!

Joakim Antonio 


Imagem: Last night she said by Citizenvisuelle

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Expresso marte - Palavra expressa


Era um trem diferente
Levava para marte
Sem sair do lugar
E à sua frente
Pessoas do mundo inteiro
Salpicada ou inteiras
Em tons de vermelho

Vermelho sangue
Guerra, ira, miséria
Presente na alma
De diversos guerreiros
Passageiros, ditos da paz
Com fome e esperando
O prato da vingança esfriar

Muitos não queriam
Mas diziam estar ali
Aparentemente, sem escolha
Poi não havia outro caminho
E nas suas certezas
Este era o único trem
Que conseguiam enxergar

O trem era esperança
De que poderiam fugir
Mudar de vida
Indo a outro mundo
Sem espelhos disformes
Como esses daqui
Que lhes mostram frágeis

Um lugar de descanso
Dessa guerra religiosa
Onde os ignorantes
Não aceitam Seu Deus
E ele é obrigado
Em nome de Seu Deus
Destruir alguns lares

Uma lenda antiga diz
Que de vez em quando
O trem para e sai veloz
Em direção à estação Sol
Mas somente os loucos
Que chegaram nus
Conseguem embarcar

Joakim Antonio


Publicado originalmente na coluna Palavra expressa, no site Retratos da Alma.

Imagem: Red train by Artbytheo

sábado, 5 de dezembro de 2015

Concursos Literários do Mês de Dezembro de 2015




Concursos Literários do Mês de Dezembro de 2015 


Confira também a lista completa dos Concursos do Ano e a lista das Seleções Permanentes.

As datas nos tópicos referem-se ao prazo limite para realizar a inscrição.

Legenda:
$ - Prêmio em dinheiro
@ - Inscrição pela internet
# - Voltado a público restrito


    quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

    Senhora do tempo - Palavra expressa



    O tempo não tem forma
    aparece e doa-se
    sem pretensão
    ensina o segredo
    das horas
    o como
    parar ou estender
    momentos
    presentes e passados
    girando
    engrenagens
    com as próprias
    antes paradas
    mãos
    O tempo se amolda
    sorrindo ou não
    trasportando-nos
    em nuvens
    de água doce
    ou salgada
    algumas vezes
    amargas
    que precipitam
    em torrentes
    sobre outros
    mesmo que
    lhe dissermos
    não
    O tempo tem hora
    porque contamos
    quando
    na verdade
    ele é que conta
    usando cada vez
    uma forma
    lembrado na falta
    esquecido na sobra
    mas sempre
    mais esperado
    quando senhora
    do tempo
    bom

    Publicado originalmente na coluna Palavra expressa, no site Retratos da Alma.

    Imagem: Suspension by Pachecoclaire

    terça-feira, 1 de dezembro de 2015

    Escrevendo paz - Descortinando Leon Tolstoi (escritor)


    Somos formados de pedaços belos e feios, doces e amargos, convivendo entre si. Não só podemos, como devemos escrever sobre tudo, verdades, absurdos, sobre nada. Mas não há razão verdadeira para que mesmo que só escrevamos, armas, não possamos fazê-las disparar tiros de paz. Podemos até sentir complicada tristeza, mas o mesmo que sente sabe o que deseja, para mudar.

    Experimente, mesmo que por economia, deixar de escrever por um momento, guerra; para escrever simplesmente, PAZ!

    Joakim Antonio



    "Cada um pensa em mudar a humanidade, mas ninguém pensa em mudar a sí mesmo." Leon Tolstoi - Pamphlets - translated from the Russian - página 71, Free Age Press, 1900




    Leon Nikolaievitch Tolstoi (9 de setembro de 1828 - 20 de novembro de 1910). Foi um novelista, anarcopacifista e pensador moral, notável por suas idéias de resistência através da não violência. É considerado um dos maiores escritores de todos os tempos.

    Além de sua fama como escritor, Tolstoi ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.

    Junto a Fiódor Dostoiévski, Gorki e Tchecov, Tolstói foi um dos grandes mestres da literatura russa do século XIX. Suas obras mais famosas são Guerra e Paz, sobre as campanhas de Napoleão na Rússia, e Anna Karenina, onde denuncia o ambiente hipócrita da época e realiza um dos retratos femininos mais profundos e sugestivos da Literatura.

    Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.

    Pacifismo

    Tolstoi ficou famoso por ser um pacifista. Nas palavras de Mahatma Gandhi, com quem Tolstói trocou correspondência, o escritor foi o maior "apóstolo da não-violência". No livro "O Reino de Deus está em vós", Tolstoi baseia-se no Sermão da Montanha para afirmar que não se deve resistir ao mal utilizando-se do próprio mal.

    No mesmo livro, continuando seu raciocínio pacifista, o escritor afirma ser contrário ao serviço militar obrigatório (e ao militarismo como um todo). Ele também defende e exalta povos como os Quakers, que buscam a simplicidade, a autonomia e não utilizam de violência. Fonte: Wikipédia


    Para saber mais:


    Tolstoi e a anti-pedagogia (uma proposta de educação libertária) em http://www.revistas.usp.br/

    Grandes entrevistas - Leon Tolstoi em Tiro de letra


    Baixar livros gratuitamente no site Universia:

    Anna Karenina

    Guerra e Paz 

    Ressurreição




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