Ah, o Rio em Dezembro, praticamente de Janeiro, muito sol, lindas mulheres, futebol, voleibol, águas limpas, azuis, verdes. Paisagens sempre coloridas, mudando os tons conforme o tempo e o temperamento.
Não posso falar dele inteiro, mas a Barra era um paraíso e além do mais, a companhia era incrível. Só a deixava para entrar no mar, ficando até enrugar praticamente tudo, rea
lmente tudo. Após um tempo, chamava para irmos embora, mas como? Não é que eu não queria, sou golfinho e água é casa, mas todos sabem que voz de sereia tem poder, então logo saía.
Eu ficava na Tijuca esperando ela chegar, o telefone não tocava, o tempo esticava, esticava... Confesso que nunca vi o tempo esticar tanto, mas ela sempre vinha. Foram dias que pareceram meses, algumas coisas passam voando, mas o tempo que eu fiquei pareceu um ano.
O retorno nunca foi tão doído, apesar da tristeza, não havia mais medo, só havia entrega e um pouco de segredo, mas só nosso. Em compensação, o reencontro era certo e mais, o réveillon, o show, a praia, o hotel, todos os momentos tornaram-se eternos.
Mas a beleza de ter e ser contido, praticamente canibalizado no Rio, é que não era só sexo.
Era amor!
Joakim Antonio
Imagem: Paia da Barra - RJ by JoaKim
Publicado originalmente no Passeando pelo Cotidiano
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