terça-feira, 29 de novembro de 2016
Aprisionado
Em um filme, o herói usava suas habilidades para ir a outro universo, onde o vilão podia feri-lo sem parar, evitando sua volta, mas ficando presos naquele momento eternamente. Assim o único poder do vilão se resumiu em ferir o herói, que sempre se curava, mas admitia ser muito dolorido. Num acesso de raiva sem limites, o vilão disse que ele não entendia que o tormento seria eterno, nunca ia parar de feri-lo, nem deixá-lo ir embora, se ele não fizesse o tempo andar novamente. Ao passo que o herói calmamente lhe disse, "Na verdade, você é meu prisioneiro!".
Não consegui deixar de pensar na hora, como as pessoas não percebem isso. Alguns tentam de tudo para ferir alguém que não haja conforme seus desígnios. Através de fofocas, indiretas, palavras verdadeiras colocadas fora de contexto, assim como momentos. É até fácil, pois tudo que você imaginar pode ser distorcido, desde que o ouvinte também tenha a mesma índole ou seja ingênuo, acreditando em tudo que se diga, sem confirmar com o caluniado. Assim, ficam como no filme, presos em um momento. Um busca ferir e o outro, mesmo sentindo tudo, continua seguindo seu caminho escolhido.
Um dia tudo passa, a pessoa arruma outro desafeto e não precisa mais querer ser visto pelo atingido, fazendo de tudo para chamar sua atenção. Ou, o que mais machuca, percebe tarde que o outro sempre quis seu bem e que na verdade, sempre foi prisioneiro de si mesmo.
Joakim Antonio
imagem: Prisioner by William Cordero
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