Tento permanecer calmo, como poderia um trem, parando em toda estação, mas sem abrir pra ninguém. Permaneço seguindo nos trilhos, mas às vezes me descontrolo e me torno verdadeiro paradoxo, descarrilhando no meio do caminho e mesmo assim seguindo, parando por instinto onde o coração levar.
Muitas vezes, a vida me chacoalha tão violentamente que me vejo avião na tempestade. Mas, no íntimo, sinto como desafio, pois sem poder desviar resta apenas uma opção, voar ao centro, fazer parte e meditar, na calmaria existente no olho furacão.
Outras vezes, sou apenas um maratonista, quase sem fôlego, no corredor da vida. Mas a dor nos músculos não é motivo para desespero, ela mostra que ainda estou vivo e cada pulsação passa a ser alento, pois cada passo a mais é uma vitória.
Então, nesse momentos, inspiro fundo e corro, como nunca, para estar em todos lugares que preciso. Dentro desse único respiro, entro e saio da lama, mergulho e saio do outro lado do mar, pulo pelo abismo, desfazendo os velhos contratos e mitos, libertando-me da forma certa de amar.
Buscando a escrita perfeita, ouço que Deus deve ser espelho, mas pouco importa, pois cabe a Ele escrever certo por linhas tortas. Eu sou, não quero ser, sou inegavelmente imperfeito e nunca me endireito, talvez por isso aceitei e me redescobri, quando me chamaram de poeta.
Sempre escrevi torto, em linhas retas.
Joakim Antonio
Publicado originalmente no site, Retratos da alma.
Imagem: Lines and Curves
Photographer: Alex Teselski "Aquapell"
Lens: Sigma 150 macro on a blade of grass
[ um
ResponderExcluiruniverso
malemolente
talvez]
abç poeta
Quem sabe...
ResponderExcluirGrato mム尺goん :)
Abração