sábado, 17 de dezembro de 2011

Remendando - Retratos da Alma




Remendando, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Remendando

Fragmentos de ideias

Geometria de palavras

Expressões delineadas

Retornando para casa



Vidas construídas

Momentos máximos

De falsas premissas

Transformadas...

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sábado, 3 de dezembro de 2011

Renascimento - Retratros da Alma



Renascimento, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Renascimento

Há experiências inimagináveis

Renascer é uma delas



Você vive conforme as regras

ajustando-se a todas elas

então um dia algo acontece

e uma luz acende-se...

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Vórtice imaginativo - Descortinando Ezra Pound (poeta)

Ezra Pound by Jericob 
Já é esperado do Poeta
SABER. Navegar em rumos
certos de IN_certas
palavras que sempre foram.
Vivendo a deriva nesse barquinho
enfeitado de crostas, ViVas.
Signos.inertes.se.aglutinando
para formar um quase chão.

NO corpo das palavras,
somatótipos diversos.
No verso do rosto,
ângulos hÁ, vértices Vê.

Repagina a imagem da imagem,
olhando para o próprio umbigo.

Ainda conectado ao vórtice original.

Joakim Antonio


"Ele foi para a poesia deste século o que Einstein foi para a física", disse E.E.Cummings, corroborado por Hemingway: "Um poeta deste século que afirme não ter sido influenciado por Ezra Pound merece mais a nossa piedade que a nossa reprovação".¹


E ASSIM EM NÍNIVE

"Sim! Sou um poeta e sobre minha tumba
Donzelas hão de espalhar pétalas de rosas
E os homens, mirto, antes que a noite
Degole o dia com a espada escura.

"Veja! não cabe a mim
Nem a ti objetar,
Pois o costume é antigo
E aqui em Nínive já observei
Mais de um cantor passar e ir habitar
O horto sombrio onde ninguém perturba
Seu sono ou canto.
E mais de um cantou suas canções
Com mais arte e mais alma do que eu;
E mais de um agora sobrepassa
Com seu laurel de flores
Minha beleza combalida pelas ondas,
Mas eu sou poeta e sobre minha tumba
Todos os homens hão de espalhar pétalas de rosas
Antes que a noite mate a luz
Com sua espada azul.

"Não é, Ruaana, que eu soe mais alto
Ou mais doce que os outros. É que eu
Sou um Poeta, e bebo vida
Como os homens menores bebem vinho."

Ezra Pound (tradução de Augusto de Campos)


Ezra Weston Loomis Pound (Hailey, 30 de outubro de 1885 — Veneza, 1 de novembro de 1972) foi um poeta, músico e crítico literário americano que, junto com T. S. Eliot, foi uma das maiores figuras do movimento modernista da poesia do início do século XX. Ele foi o motor de diversos movimentos modernistas, notadamente do Imagismo³ e do Vorticismo(4).

Obra e influência

Sua obra, carregada de citações e alusões históricas, permanece uma das mais controversas da poesia deste século. A influência de Ezra Pound e do seu projecto de renovação da linguagem poética fez-se sentir em Joyce, Yeats, William Carlos Williams e particularmente em T. S. Eliot, que submeteu o manuscrito da sua obra The Waste Land à apreciação de Pound antes de o publicar em 1922. As correcções feitas por Pound mereceram-lhe a dedicatória de Eliot: "For Ezra Pound, il miglior fabbro" (A Ezra Pound, o melhor artífice).²


1.Frase e poema: O Poema

2.Biografia: Wikipedia

3.Imagismo: Infoescola

4.Vorticismo: Infoescola

Excelente artigo de  Rodrigo Petrônio, Ezra Pound: o calor convida à sombra: Revista Agulha

Página com biografia, poemas e frases  de Ezra Pound (em inglês): PoemHunter

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Sagrado e Profano - Descortinando Lope de Vega (poeta)

Felix Lope de Vega Carpio
1562 - 1635

Casado, solteiro 
Amante
Soldado, civil
Escrevente
Sagrado, profano
Monstro
Criado, criador
Poeta
Para um quase credo
Um quase Deus

Joakim Antonio


 Lope de Vega escreveu mais de um milhão de versos, Cervantes o chamou de Monstro da Natureza, era um poeta do povo e após sua morte a inquisição proibiu uma paródia do credo, famosa dentro e fora da Espanha, que começava dizendo: 

“Creo en Lope todopoderoso, poeta del cielo y de la tierra...” 



Félix Lope de Vega, também citado como Félix Lope de Vega Carpio ou Lope Félix de Vega Carpio, (25 de Novembro de 1562 – 27 de Agosto de 1635) foi um dramaturgo, autor de peças teatrais e poeta espanhol.

Sua produção literária compõe-se de 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas, romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero Espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633) - uma homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La Dorotea (1632).

Seus contemporâneos o chamaram de "Monstro da Natureza" por ter escrito mais de 1.500 peças de teatro. Entre elas destacam-se as inspiradas em histórias e lendas espanholas: O melhor juiz, o Rei; Peribánez e o Comendador de Ocaña; Fuenteovejuna; O cavaleiro de Olmedo. As históricas: O castigo sem vingança; Contra o valor não há infortúnio. As mitológicas: O pelego de ouro, Vênus. As comédias de costume: O aço de Madri; A dama boba. Wikipédia

Em julho de 2011 foi lançado em DVD o filme Lope, que estreou em 2010, dirigido pelo cineasta brasileiro Andrucha Waddington.  O filme é uma coprodução hispano-brasileira e conta os primeiros passos do dramaturgo espanhol Lope de Vega, um dos mestres do Século de Ouro espanhol, que tem no elenco os brasileiros Sônia Braga e Selton Mello. Folha.com

sábado, 19 de novembro de 2011

Como todos - Retratros da Alma



Como todos, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Como todos
Era igual aos outros
fazia rir a todos
entretinha-os



Realmente tinha o dom
falava pouquíssimo
mas sorria...

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sábado, 12 de novembro de 2011

Polemizando - Descortinando Bruno Tolentino (poeta)



Quando leio versos que divergem por não convergirem aos interesses, quando leio polêmicas causadas por  prosas que ousaram falar mal da rosa, quando ouço palavras que contradizem o pensamento vigente da cena cultural engessada e repaginada, eu começo a contestar meus poemas engavetados e debater com meus textos, na vã tentativa de chegar a um consenso de porque eu deveria tentar publicar palavras avessas ao clero, quase endeusado, que manda e desmanda apontando o dedo para debaixo das asas e dizendo, "Esse poeta é maravilhoso.", enquanto aponta o dedo para o povo e diz, "Venham a mim todos que concordam, pois esses talvez, quem sabe e por sorte, serão publicados."

Eu olho para o passado e vejo apenas um abaixo-assinado autografado, como fosse quadro a ser leiloado no futuro e com a esperança de que ao colocar o nome de um Poeta no cabeçalho, houvesse a possibilidade dele ser abaixo-assassinado por palavras, parece que se esqueceram do que tanto pregavam e do ditado que diz que ao apontar um dedo para alguém, contra você apontam três.

Mas grandes poetas trazem consigo um vírus feito de palavras que se espalham e têm o poder de transformar outros em Poetas também, o triste é que há mais vozes por ele depois de ter partido, não por terem ficado calados, mas por a música ser tão alta que não puderam ser ouvidos.


Joakim Antonio


RESPONSABILIDADES - Bruno Tolentino

Ah, o país dos poetas! Quanto mais
improvável aqui, no pobre agora
dos desastres morais, quanto mais fora
das probabilidades do fugaz,
quanto mais sujo, mais doente, mais
esquecidiço, quanto mais demora
a aparecer esse país, a hora
de defender-lhe as torres ancestrais,
as coisas que fundaram esta linguagem,
ou a replantaram aqui nesta paisagem
insultada mas certa do que é,
a hora de erigir-se alguma fé
faz-se mais clara e cheia de coragem
que obriga a não ceder, a fincar pé!


Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1940 — São Paulo, 27 de junho de 2007) foi um poeta brasileiro.
Vida e obra

Nascido em 1940, numa tradicional família carioca, conviveu desde criança com intelectuais e escritores próximos à família, entre eles Cecília Meireles (a quem o poeta sempre se referiu carinhosamente como Tia Cecília), Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Primo do crítico literário brasileiro Antonio Candido e da crítica teatral Bárbara Heliodora, seu trisavô, Antônio Nicolau Tolentino, foi conselheiro do Império e fundador da Caixa Econômica Federal. Foi instruído em inglês e francês ao mesmo tempo de sua alfabetização no português.

Bruno Tolentino recebeu o Prêmio Jabuti três vezes pelos livros "As horas de Katharina" em 1995, "O mundo como ideia" em 2003 e "Imitação do amanhecer" em 2007. "A balada do cárcere", recebeu os prêmios Cruz e Souza de poesia, em 1996, e o Abgar Renault, em 1997.

Em 2003 recebeu o Prêmio José Ermírio de Moraes da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Era considerado polêmico e em entrevista a Revista Veja, criticou Caetano Veloso, Chico Buarque. Trocou ofensas com críticos literários do Brasil e professores de filosofia da USP.

Livros publicados

  • Anulação e outros reparos (São Paulo: Massao Ohno, 1963)
  • Le vrai le vain (Paris: Actuels, 1971)
  • About the hunt (Oxford: OPN, 1979)
  • As horas de Katharina (São Paulo: Companhia das Letras, 1994)
  • Os deuses de hoje (Rio de Janeiro: Record, 1995)
  • Os sapos de ontem (Rio de Janeiro: Diadorim, 1995)
  • A balada do cárcere (Rio de Janeiro: Topbooks, 1996)
  • O mundo como Ideia (São Paulo: Globo, 2002)
  • A imitação do amanhecer (São Paulo: Globo, 2006)

Citações sobre sua obra

(Publicadas na edição de "As Horas de Katharina", Companhia das Letras)

"Um dos melhores poetas da atualidade, ele é sem dúvida um 'daqueles poucos' que fazem a cultura de uma época." (Yves Bonnefoy)

"Há muitos anos admiro em Bruno Tolentino um poeta de raro talento respaldado por uma vasta cultura, que abrange diversas línguas e diversas literaturas. Tanto esse conhecimento como essa experiência fazem da sua uma das mentes mais bem equipadas para abordar o problema da poesia em nosso tempo." (Jean Starobinski)

"Seus poemas exalam uma dor tão justa que só sua perfeição formal torna suportável." (Saint-John Perse)


Para saber mais:

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O Anjo Torto - Descortinando Torquato Neto (poeta)


O Poeta desafia conceitos, entorta as regras, fala de amor com a bravura da guerra e gostaria de parar guerras com uma flor. Cada palavra que não sai de sua boca, cada verso impedido de adornar o papel, vira angustia e consome-o, torna-o mais inferno que céu. Ele explode em sílabas tônicas e conjuga verdades improferíveis, por aqueles que deveriam ser os primeiros a dizê-las. É preciso compreendê-lo, mas não desculpá-lo, pois nenhum deles, do mais amável ao intolerável, declamou um poema sequer que se arrependesse.

Joakim Antonio

Pessoal intransferível, Torquato Neto.
“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada nos bolsos e nas mãos. Sabendo: perigoso, divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão (Publicado na Coluna Geleia Geral de 14/09/ 1971).”

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 — Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura brasileira.


Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista. O cineasta Ivan Cardoso produziu o documentário Torquato Neto, o Anjo Torto da Tropicália. Os Titãs musicaram seu poema Go Back, que deu nome ao disco da banda de 1988.

Para mais visitem o excelente site TorQUaTo nEto = O AnJO tORtO contendo sua história, músicas, vídeos, noticias, publicações e a prosa e verso de Torquato Neto.

TODA PALAVRA GUARDA UMA CILADA: TORQUATO NETO ENTRE A VERTIGEM E A VIAGEM - Texto que propõe uma apropriação e uma revisão histórica dos textos torquateanos, de modo que eles possam expressar as condições de existir para parte da juventude brasileira nos anos sessenta. Fênix - Revista de história e assuntos culturais.

Letras de músicas: Letras Terra Torquato Neto

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Conversa estreita - Descortinando Cecília Meireles (poeta)



Ela não soube, ou até soube e eu que não sei, as conversas estreitas que poderíamos ter.

Iríamos jogar conversas fora e depois recolhê-las do ar, condensá-las em textos maravilhosos de aprendizados raros, e mesmo tentado a escrever diálogos, eu apenas narraria a beleza de beber dessa poesia que flui desse mar chamado Cecília.

Talvez discutiríamos sobre espaço-tempo, de como disputas tolas são vencidas por ele e as palavras certas passam através, então falaríamos um pouco de solidão, da autoimposta e da não esperada, do esquecimento pela ausência e de como a encontro bem menos do que ela merece.

Por fim, pediria conselhos de escrita da educadora, dicas de mãe da escritora e mostraria, com intenção de receber mais críticas que elogios, textos recheados de sonhos e destinados às novas e velhas crianças.

Agora fecho o livro e penso, com certeza ela soube.



Joakim Antonio


Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada



Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."

© Projeto Releituras Visite e conheça mais de Cecília Meireles. 

sábado, 5 de novembro de 2011

Dissecção - Palavra Expressa - Retratos da Alma


Dissecção, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma


Dissecção
Há intrinsecamente no Poeta essa fome de ver as estrelas de perto, capturar sua beleza, em versos que queimam como Sóis.
Há indivisivelmente no Poeta um outro ser, calado, que sempre amará demais, fingindo ser mais um adulto controlado.
Há indubitavelmente no Poeta...



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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Box Chico Buarque - Essencial - Passeando pelo Cotidiano



Chegou meu Box do Chico Buarque que ganhei no sorteio do Blog Passeando pelo Cotidiando



Box - Essencial - Chico Buarque - 4 CDs + DVD
Artista: Chico Buarque
Gravadora: Sony Music
Categoria: MPB / Cantores e (As)
Esta caixa resume o essencial da obra de Chico Buarque em quatro temas: Samba e Amor; Todo o Sentimento; Cotidiano e Entre Amigos, Paratodos. São 56 faixas reunindo canções de todas as fases do cantor e compositor. Além dos quatro CDs, trazemos o DVD Chico ou País da Delicadeza Perdida, especial que Chico estrelou para a televisão francesa em 1990.

Deixo aqui meu muitíssimo Obrigado a Suzy e o Thomaz da Equipe Passeando pelo Cotidiano e faço um convite para que visitem e conheçam o blog que tem posts diários de variedades e cultura, aproveitem que está rolando outra promoção por lá.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eternas crianças


"E eu nem quero fingir que sou gente grande."
Renata Fagundes


Na verdade, ninguém é gente grande, somos só grandes e ninguém deixa de ser criança, só não admite. Você quer brincar com os amigos, quer colo, cantar músicas e comer coisas gostosas. Não vê a hora de chegar em casa e os melhores momentos, são os de fazer nada importante, falar besteira e beijo melado.

Joakim Antonio



Imagem: Stock Free

sábado, 22 de outubro de 2011

Casa Nova - Palavra Expressa - Retratos da Alma

Casa nova, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Convido-o a ler e ser lindamente surpreendido

pelos retratos em linhas

da alma de todos os escritores.



Casa Nova

Muros erguidos com pedaços de sonhos

Pisos brancos lisos esperando serem escritos

Coliseu não usado com guerras a travar

Guerreiros enfurecidos lutando antes de entrar

Parque coberto com lona de tecido espesso

Forrando a vergonha o ódio e desespero



Mas o fogo teima...
 

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Você já disse: Eu te amo? - Dia do Poeta




Para todos que já escreveram e disseram

EU TE AMO

 seja em qualquer pedaço de papel

ou dito apenas com um beijo

mas vindo do fundo do coração 


Feliz dia do Poeta!



Dia 20 de Outubro é o Dia do Poeta


Data que marca a fundação do chamado "Movimento Poético Nacional", ocorrido na cidade de São Paulo em 20 de outubro de 1976, a partir de um encontro realizado na casa do poeta brasileiro, Paulo Menotti Del Picchia.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Propagando-se



Somos lufadas de ar, gotas do oceano.
Folha soltas pelo ar e no chão, viajando.

Estamos voando, alguns andando,
mas sempre, em todos os tempos,
vivemos pensando em ser, ter,
ou invertemos a ordem

Qual o mais importante?

Depende do instante, do local
e de quem está com você,
quem você quer
realmente ser

A vida surpreende, não por enganar,
mas porque tudo tem seu lugar,
que não é o querer seu nem meu,
é apenas a vida.

Mais vento, mais água, mais tudo!

Descortinando-se, descortinando-nos,
mostrando que podemos ser,
tudo que pensamos poder.

Vivemos nos propagando
em linhas conjuntas,
você nas minhas,
eu em você.


Joakim Antonio

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Uma Jornada (Compilação)

Uma Jornada

Reflexões baseadas na jornada de 49 dias do Sefirat ha Omer, publicadas no blog no período de 20 de abril a 09 de junho de 2011.

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Houve um Convite a uma jornada, de Amor (I)Limitado, onde resolvi andar Com_Paixão, tonando-a uma  Constante durantes esses dias. Aprendi que Humildade é um dos elos da Aliança que faz surgir a Nobreza da alma. Em Silêncio comecei a Organização da casa, em busca da Satisfação que só a Continuidade de uma profunda Introspecção de Princípios poderia Encorajar a enfrentar. Aflorou uma Emoção que vivia em Restrição, mas era apenas Empatia, surgida da Convivência com todos aumentando minha Gratidão.

Um bom Propósito traz consigo Dignidade, mas só com Paciência alcançaremos a Autoconfiança que nos dá Tranquilidade. Muitos ignoram que há uma Força maior que eles, pois significa Submissão, que não sabem também ser sinônimo de respeito. Vínculos de amor nos fortalecem, e ao vê-los se multiplicar, temos Orgulho da Generosidade ainda existente em nosso país.

Compreensão e Carinho para com os outros ainda é um Desafio, assim como conseguir alcançar a Modéstia de saber que sem União não há verdadeira vitória. O Respeito ao Entusiasmo e sonhos do outro nos trará mais Entendimento, pois ao Compartilhar dos sonhos alheios, haverá uma Renovação dos nossos. Para uma Apreciação completa do outro devemos saber que tudo gera Envolvimento. A vida é Cooperação constante. Não jogar lixo no chão, por exemplo, é uma Gentileza que o mundo inteiro agradece.

Devemos ser a mudança, tendo Integridade de também fazer o que pedimos. Quem sabe não somos a peça que falta para o Equilíbrio no mundo. Agir com Determinação em busca dos sonhos, não é utopia. Entre todos que já venceram, não há quem não Agradeça a palavra certa, que lhes deu Confiança para mudar e vencer, alcançando a Soberania de seu próprio castelo.

Joakim Antonio

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Menino que corre ( A resposta )




Menino me diz mais coisa? 
Posso dizer não. 
Como faço para poder saber? 
Vem morar no meu coração. 


Vem morar juntinho comigo
fazer da terra seu mundo
esquecer desse ódio profundo
por quem não é seu igual
esquecer de que somos gente
na verdade somos sementes
de um novo capiau

Que irá nascer nessa terra
vermelha e sempre bela
de verde e azul das águas
natureza perfeita
golfinho e baleia
lobo e pica pau
de onça pintada
na pele, no corpo e na alma
do nosso país natal

Menino tu fala tão grande
como gente enorme já
de onde vem essa sabedoria?

Vem do fogo e da terra, da água e do ar.

Menino tu é muito novo, para falar coisa assim.

É que pra tu sou menino
mas pro mundo sou um irmão
que fala com ele
sem medo
sem pressão
de ser, de fazer
apenas querendo me conhecer
na verdade eu sou qualquer um
desses que você vê todo dia
a mulher que entra no ônibus
o jovem em sua rotina
sou velhinho de bengala
e também acompanhante

TODOS

precisando de alguém que lhe levante


Mas aqui

Aqui eu sou fera
eu sou lindo
eu sou simplesmente
menino

E ai, vem brincar comigo?

Só se for agora.

Vambora!
Vambora!
Vambora!


Joakim Antonio

sábado, 8 de outubro de 2011

O que vale a pena - Retratos da Alma



O que vale a pena em Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Seja bem vindo a visitar, refletir e se emocionar com todos os escritores.


Dizia que sua vida era um livro aberto, mas havia um segredo, um armário onde ele colecionava algo. Todos os dias ele entrava em sua sala especial e saía com os olhos marejados, não conseguia disfarçar e, quando lhe perguntavam se estava bem, emudecia...
 

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Desencontros



Hoje fui pego pelo desprezo
interrompido meu sossego
pois um signo fugiu

Simbolo de todo começo
principio de todos eixos
destituiu-se de mim

Descobri seu recente sumiço
depois de escrito o texto
no último visto

Espero muito que retorne
e se você ler isto
fique certo, sempre

Te mo migo querido!

Jo kim  ntonio 


  

domingo, 2 de outubro de 2011

Invasão da Paz - Descortinando Mahatma Gandhi (pacifista)



Eu faço o que todos fazem 

Pouco muda

Eu faço o que poucos fazem 

Muda tudo

Joakim Antonio



"Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim." Mahatma Gandhi


Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido popularmente por Mahatma Gandhi (Mahatma, do sânscrito "grande alma") (Nova Deli, 2 de outubro de 1869 - 30 de janeiro de 1948) foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha¹ (princípio da não-agressão, forma não violenta de protesto) como um meio de revolução. Ele também é um dos pensadores mais influentes por propagar mensagens de paz para a humanidade. 

Indicações para o Prêmio Nobel da Paz

Gandhi nunca recebeu o prêmio Nobel da Paz, apesar de ter sido indicado cinco vezes entre 1937 e 1948. Décadas depois, no entanto, o erro foi reconhecido pelo comitê organizador do Nobel.
Quando o Dalai Lama Tenzin Gyatso recebeu o prêmio em 1989, o presidente do comitê disse que o prêmio era "em parte um tributo à memória de Mahatma Gandhi".
Ao longo de sua vida, as atividades de Gandhi atraíram todo tipo de comentário e opinião.

Winston Churchill chegou a chamá-lo de "faquir castanho".

Sobre Gandhi, Albert Einstein disse que as gerações por vir terão dificuldade em acreditar que um homem como este realmente existiu e caminhou sobre a Terra.

1. Satyagraha é um termo hindi composto por duas palavras: Satya, que pode ser traduzida como verdade; e agraha que significa firmeza, constância, é uma filosofia desenvolvida por Gandhi para o movimento de Resistência não-violenta na Índia

Gandhi empregou o satyagraha na campanha de independência da Índia e também durante sua permanência na Africa do Sul. A teoria do Satyagraha influenciou Martin Luther King, Jr. durante a campanha que ele liderou pelos direitos civis nos Estados Unidos da América.

sábado, 24 de setembro de 2011

Belo Instante - Retratos da Alma



Um Belo Instante em Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Seja bem vindo a visitar, refletir e se emocionar com todos os escritores.


Amei o desenho da nuvem
mas ele se desmanchou
amei a brancura da espuma
mas ela se liquefez
amei o verde das folhas
mas elas secaram
amei o céu da manhã
mas a noite chegou



Quando ia ficar triste...
 

Clique abaixo para ler o poema completo


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Homines sumus

Nós todos somos humanos. Não discrimine.

Preconceitos velados
cores subestimadas
para o bem, para o mal
peles subestimadas
tamanhos diferentes
na grana, no tratamento
momentos imperfeitos
dependendo da sua cor
momentos perfeitos
dependendo do seu humor
palavras ferinas
em todas as línguas
ao menor erro
seja onde for
a falha fica por último
primeiro apontamos a cor
em diversos lugares
quando a cor é a mesma
apontamos nacionalidades
raça não é desculpa
a não ser que seja
realmente burro
ou queira fazer
verdadeiro drama
pois qualquer um
com discernimento sabe
somos todos
Raça Humana

Joakim Antonio 
  

Imagem: Human by anglaiserox

sábado, 10 de setembro de 2011

Poética do Absurdo - Retratos da Alma



Hoje é dia de Palavra Expressa no site Retratos da Alma

Dê uma passadinha por lá e se delicie também com os outros retratistas


Palavras desmedidas sem métrica

pouca rima ou nenhuma

imagens sem pé nem cabeça

água quente, fogo fresco...

 

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Menino que corre ( O chamado )



Menino que corre na ladeira
sobe na cabeceira
deita no rio
anda na árvore
fã do vento
desafio

Menino que gosta de bola
desce na ribanceira
pula no mar
corre na terra
ri do tempo
amar

Menino tu gosta de quem?

Dela e de mais ninguém

Quem é ela que gosta tanto assim?

Essa liberdade de poder andar nu por aí

Menino  o que tu odeia, vai diz pra mim?

Odeio o próprio ódio, daquele que não tem fim

Me diga menino ribeiro, porquê só toma banho no rio?

Para receber a energia das águas, das cascatas, dos querubins

Menino me diz mais coisa?

Posso dizer não

Como faço para poder saber?

Vem morar no meu coração...


Joakim Antonio 



Imagem: Kat Banay Photography 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

O importante é o que você sentiu - Retratos da alma



Gosto de saber o que cada um sentiu, pois observamos a mesma coisa com visões diferentes, conforme o momento atual e a soma de toda uma vida. E é incrível ver como os comentários estão conectados por uma fina teia de ideias, formando ao final uma grande poesia.

Para mim, o importante é o que outro sentiu.

Escrevo sempre sobre o que o momento pede, por isso dou muita importância ao que o momento traz!




Poderia a poesia ser explicada?
Como colocar sentimentos em palavras?
É possível escrever com sangue?
 Como sair da órbita do coração?....
 

Clique abaixo para ler o poema completo


Publicado 27/08 na coluna Palavra expressa, quinzenalmente no site Retratos da Alma.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ao sabor do vento - Descortinando Guillaume Apollinaire (escritor)



Tinha tanto medo de alturas
que nunca descera da árvore
adormeceu pensando
morrerei lagarta

Quando acordou e saiu do casulo
olhou-se admirada
agradeceu pelo novo olhar
agradeceu pelas nova cores
agradeceu pelas novas pernas
agradeceu por não precisar mais rastejar

Mas assim que agradeceu tudo que podia
olhou para o chão, teve medo e pensou
Deus pra que me dar tudo se a coragem não tenho
para que tanta beleza presa em uma árvore

Pediu se possível uma explicação
pediu se merecedora
ouvir a voz de Deus

Então um vento forte
soprou e derrubou-a do galho
desesperada começou a se debater
e então descobriu que podia voar

Agradeceu o recado
e nunca mais
parou de agradecer

Joakim Antonio


"Venham até a borda, ele disse. Eles disseram: Nós temos medo. Venham até a borda, ele insistiu. Eles foram. Ele os empurrou... E eles voaram."
Guillaume Apollinaire


Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Vladimir Apollinaris de Kostrowitzky, Roma, 26 de agosto de 1880 — Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.

Sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortexo de Orfeo (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo. Wiki


Para saber mais:

Português

Quatro poemas de Guillaume Apolinaire em astormentas.com

Aqui alguns caligramas - poesia visual em antoniomiranda.com.br

English

All poems


Imagem: Into the Light by holydak

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sendo - Descortinando Paulo Leminki (poeta)

 
o Bandido que Sabia Latim 

Autocensura

Pensei em ter
algo de Paulo 
vê se pode 

Ririam ao dizer 
de Leminski 
só o bigode 


Passeio de dez agrupados

Palavras 
     saem e retornam 
agrupando-se 
     como gostam 

Letras 
     dez iguais 
x x x x x x x x x x 
     nada formam 
  

Joakim Antonio  



ERRA UMA VEZ

nunca cometo o mesmo erro
        duas vezes
já cometo duas três
        quatro cinco seis
até esse erro aprender
        que só o erro tem vez

HEXAGRAMA 65

Nenhuma dor pelo dano.
  Todo dano é bendito.
Do ano mais maligno,
  nasce o dia mais bonito.

1 dia,
    1 mês, 1
     ano


Paulo Leminski 


"Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além"

Paulo Leminski 



Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro. 

Filho de Paulo Leminski Filho e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polonês com mãe negra, Paulo Leminski foi um filho que sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados franceses.

Em 2013 o livro organizado por Alice Ruiz "Toda Poesia" foi best seller. Neste mesmo ano se iniciou a exposição itinerante "Múltiplo Leminski" que já passou por Curitiba, Foz do Iguaçu, Goiânia, Recife e Salvador. Em 2014 foi lançado um disco duplo com suas composições intitulado Leminskanções (www.leminski.com.br). Estão previstos para o mesmo ano o lançamento do songbook com depoimentos de amigos, parceiros e intérpretes, o lançamento do acervo digital e o portal oficial www.pauloleminski.com.br



Conheça mais de Paulo Leminski: 

Instituto Paulo Leminski, com diversos links. 

Documentário Ervilha da Fantasia, para assistir online.

A música de Leminsky, por Estrela Ruiz Leminski.


Imagem original: Do filme "Ervilha da Fantasia", documentário de Werner Schumann, rodado em 1985, com Paulo Leminski, é o mais importante trabalho realizado sobre o poeta, onde ele descreve todo o seu pensamento sobre poesia, cinema, literatura, psicanalise e apresenta a sua obra.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Azul da cor do mar - Descortinando Nelson Rodrigues (escritor)



Jorge chega em casa e encontra seus amigos, Júlio e Carlos, conversando dentro do carro, então ele solta um sonoro oi, que é respondido com vários sinais para que não faça barulho. Sem entender nada ele, agora bem baixinho, pergunta:

- Me fala aí, o que tá pegando?

Eles se entreolharam e disseram juntos:

- Olha do outro lado da rua.

- Humm, a Clara, tia do Marquinhos, e dai?

- Como e daí, disse Carlos, você é cego?

- Claro que não, se eu estou vendo ela direitinho.

Júlio coloca as mãos na cabeça:

- Presta atenção Jorge, olha como ela está, não tem nada chamando sua atenção?

Jorge olha para dentro de casa, para os dois lados da rua, como se procurasse algo, então disfarçadamente olha para frente.

- Não acredito que é o que estou pensando?

- Mas é claro, diz Júlio, você viu? É azul, não é?

- Vocês estão parados aqui, só porque dá pra ver um pedaço da calcinha dela?

Carlos tenta se defender:

- Mas nessa meia hora que estamos aqui, quase deu pra ver algo mais.

- Meia hora? Você disse meia hora? Espero que minha mulher não ache que estou no carro com vocês. Deixa eu falar umas coisinhas para vocês.

Então Jorge passa um sermão nos amigos, enumerando todos os motivos por que deveriam sentir vergonha de estar fazendo isso, complementando com um, "Ninguém é mais criança aqui!".

Carlos e Júlio tentam se defender, em vão, e acabam concordando que é melhor ir embora, pois Jorge, além de chato, está chamando muita atenção e não vão conseguir ver mais nada ali, então Carlos dá partida no carro e sai falando alto:

- Tchau seu velhinho.

Enquanto Júlio coloca a cabeça fora do carro e grita também:

- Velhinhooooooooooooooo...

Jorge olha para Clara que, sem saber ser a causadora, ri da situação e diz:

- Liga não Jorge, amigo é assim mesmo, tudo doido.

Ele ri, dá um tchauzinho e abre o portão, mas na hora de trancá-lo, demora uns segundos a mais e dá uma nova olhada na Clara; então entra em casa devagar, aperta o passo no meio do quintal, entra pela porta e encontra sua mulher na sala, dá um beijo nela, deixa suas coisas e sai para o quintal de novo, já pegando a vassoura.

- Para que essa pressa toda querido?

- Você viu aquela calçada amor? Pelo amor de Deus, está um lixo só. Vou aproveitar essa meia horinha, antes do sol se por, e dar uma bela limpada nela, assim ainda aproveito um pouco da bela vista que está lá fora.

E saiu de pazinha, saco de lixo e vassoura em riste. Ao abrir o portão, acenou novamente para Clara e começou a limpar a calçada vagarosamente, enquanto ao mesmo tempo assobiava, Azul da cor do mar.

Joakim Antonio

 "Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino)." - Nelson Rodrigues

(Foto: Jarkiel Gonzgarowska)

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 - Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) . Autor. Ao longo de sua trajetória artística, Nelson Rodrigues é alvo de uma polêmica que o faz conhecer tanto o sucesso absoluto, como em Vestido de Noiva, 1943, cuja encenação por Ziembinski marca o surgimento do teatro moderno no Brasil, quanto a total execração, como em Anjo Negro, 1948, ousada montagem para a época pelo Teatro Popular de Arte. Distante de qualquer modismo, tendência ou movimento, cria um estilo próprio e é hoje considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meu folclore - Dia Internacional do Folclore

Dança do Maracatu em Recife - PE


Meu folclore é midiático, programático, iniciático
totalmente eclético, elétrico, mecânico, bruto
sempre veio pré-cozido, digerido, explícito
tem olhares para céu da boca e estrelas do mar

Minha sabedoria é nula, chula, vinda das ruas
comida com as mãos, chupada do osso do pescoço
bebida no orvalho, no sangue de um galho partido
tem ouvidos para cabeceira do rio e olhos d'água

Minha casa é rica, de sapé, madeira, taquara e palha
erigida com suor, barro, coração de tripas
planejada por vidas, ancestrais, meninos e meninas
tem  lembranças de semente de flor e ovo de pássaro

Minha história é incompleta, encantada, infinita
escrita com pedaços, cantoria, fiéis exemplos
capa de couro usado e riscado pelo tempo
tem sentimentos do que virá e do que se foi

Joakim Antonio 

22 de agosto comemora-se o Dia Internacional do Folclore 
Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. 
O interesse pelo folclore nasceu entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, quando estudiosos como os Irmãos Grimm e Herder iniciaram pesquisas sobre a poesia tradicional na Alemanha e "descobriu-se" a cultura popular como oposta à cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais. Logo esse interesse se espalhou por outros países e se ampliou para o estudo de outras formas literárias, músicas, práticas religiosas e outros fatos chamados na época de "antiguidades populares". 
O termo folclore (folklore) é um neologismo que foi criado em 1846 pelo arqueólogo Ambrose Merton - pseudônimo de William John Thoms - e usado em uma carta endereçada à revista The Athenaeum, de Londres, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter o significado de saber tradicional de um povo.


Imagem: Maracatu by 422

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Passeando pelo Rio - Passeando pelo cotidiano

Convido-os a ler minha crônica, "Passeando pelo Rio", no Passeando pelo cotidiano dos amigos Suzy e Thomaz, conhecer o grande conteúdo de cultura presente no blog, aproveitando também para participar da promoção Top Comentarista que está rolando por lá.

Ah, o Rio em Dezembro, praticamente de Janeiro, muito sol, lindas mulheres, futebol, voleibol, águas limpas, azuis, verdes. Paisagens sempre coloridas, mudando os tons conforme o tempo e o temperamento.  
Não posso falar dele inteiro, mas a Barra era um paraíso...

Clique abaixo para ler o texto completo



Criado em 16 de julho de 2009 por Thomaz e Suzy, Passeando Pelo Cotidiano é um blog de variedades que tem como principal objetivo divulgar as mais diversas expressões culturais através de artigos sobre música, cinema, teatro, televisão, arte e literatura, além de abordar os acontecimentos do cotidiano relacionados a política, economia, esportes e entretenimento.


sábado, 13 de agosto de 2011

Rabiscos - Retratos da alma




Traços sem direção
Dedo, caneta, pele, papel
Palavras ao léu

Desenhos reconhecidos...

Linhas sem destino...


Hoje é dia da coluna Palavra Expressa no site Retratos da alma

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Concursos Literários




Convido-os a conhecer o blog Concursos Literários que divulga editais e resultados de Concursos e Prêmios Literários abertos à participação de brasileiros. Possui uma área de Concursos do Mês atualizada o final de cada mês com o resumo dos concursos do mês seguinte, possui também uma área importantíssima com Ajuda & Dicas para todos que desejam prestar concursos literários.

O objetivo deste projeto é tornar-se, ao lado da comunidade Concursos Literários no Orkut, a fonte mais completa e acessível de editais e resultados de Prêmios e Concursos Literários.

A ideia é a seguinte: ao ampliar a divulgação dos concursos, tendemos a beneficiar os concursos em si - que devem contar com mais inscritos; os autores que participam destes - que podem enriquecer seus currículos literários com diversas premiações; e, por consequência, a produção literária nacional - uma vez que o fomento à produção é objetivo de todos os concursos literários.

Além deste blog, organizamos também uma Página no Facebook e um Perfil no Twitter.

Equipe: Rodrigo Domit, Sérgio Bernardo, Joakim Antonio

sábado, 30 de julho de 2011

Palavra Expressa - Retratos da alma

Hoje é a estréia da minha coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma da minha amiga Tatiana Kielberman, agora estarei lá quinzenalmente.




Esse texto eu fiz para você que se expressa em palavras, do melhor jeito que sabe fazer e tem esse jeito especial de saber, sem saber por quê. Lê a revista de modo diferente, de traz para frente, admirando a imagem das letras, o encaixe das idéias, que faz daquela imagem exposta, algo supérfluo, uma ilustração que nem resvala na beleza do que foi escrito...



Obrigado a todos pelo carinho!

Joakim Antonio

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