domingo, 30 de junho de 2013

Olhando acima - Descortinando Czesław Miłosz (poeta)




Viu o verso em guerra
sentiu a poesia na carne
fervendo sob a pele
putrificada sobre as ruas
onde até os cães silenciaram

Na complexidade do ser
vivente, preso, exposto
diante o inexplicável
usou escudo simples
feito de letras entrecruzadas

Levantou a cabeça acima
guardando o gosto amargo
pois o frágil nada humano
não precisa de ajuda
para ver e sentir, o que já é

Joakim Antonio



"Em sua essência, a poesia é algo horrível:
nasce de nós uma coisa que não sabíamos que está dentro de nós,
e piscamos os olhos como se atrás de nós tivesse saltado um tigre,
e tivesse parado na luz, batendo a cauda sobre os quadris."

Czesław Miłosz em Ars Poetica



Czesław Miłosz (Kėdainiai, 30 de junho de 1911 — Cracóvia, 14 de agosto de 2004) foi um poeta, romancista e ensaista de língua polonêsa.

Milosz nasceu em família de ascendência polonêsa na Lituânia, quando o país ainda pertencia ao Império Russo. Cresceu em Vilna, onde cumpriu parte dos estudos, outra parte na Polônia. Viveu em Paris (1934 a 19370), período em que absorveu as idéias estéticas e políticas dos círculos de vanguarda. Para ele, escrever sempre foi um ato político. Suas primeiras obras preveem a iminência de um cataclismo internacional e o torna líder da escola catastrofista de poesia polonesa.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Milosz passou à clandestinidade e combateu as forças de ocupação nazistas em Varsóvia: publicou poemas de resistência, como Canção Invencível. Após o conflito, foi adido cultural do novo governo comunista da Polônia, mas, em 1951, desiludido com o regime, desertou para Paris. Em 1953, publicou A Mente Cativa, uma coletânea de ensaios sobre a submissão dos intelectuais poloneses ao comunismo. Em 1960, o poeta emigrou para os Estados Unidos, onde continuou ponderando sobre a fragilidade, crueldade e a corruptibilidade humana.

Em reconhecimento por seu pensamento humanista sobre a liberdade, a consciência e o "poder do totalitarismo sobre corpos e mentes", foi laureado com o Nobel de Literatura de 1980. Wiki


Para saber mais:




sábado, 29 de junho de 2013

Veja bem - Descortinando Antoine Saint-Exupéry (escritor)

O que me interessa, é o que você sentiu

Poemas de amor não dizem nada
calma irei explicar
podemos senti-los, mas não ouvi-los
calma de novo
vamos melhorar a explicação
podemos senti-los
se usarmos a percepção do coração
e nunca iremos ouvi-los
se usarmos apenas a razão
às vezes
sim, pode ser não
não, pode ser sim
talvez, jamais
depende do seu sentimento
percepção, momento
não do agora
mas de uma vida toda
O poema só será de amor
se o seu coração aceitá-lo


Joakim Antonio


"Só se vê bem com o coração. 
O essencial é invisível para os olhos.
Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 28 de junho de 2013

A despedida - Descortinando Luigi Pirandello (dramaturgo)

Chegou a hora


Não sei como dizer isso delicadamente, então aí vai. Estou saindo de casa.

Serei eternamente grato, você me deu tudo, me apresentou ao mundo e se tenho algum sucesso, por mínimo que seja, devo tudo a você. Sei que você pode ser considerado mais que um pai, aos olhos alheios você é quase um Deus, mas aos meus, você sou eu.

Nossas histórias se confundem, sou feito do melhor de você, mas como diz, sem os erros cometidos. Mas isso não me satisfaz. Eu quero ter meus próprios erros, saber o que é ser ovacionado e também, deixado de lado, exposto aos holofotes com honras e glórias ou num canto empoeirado, com a única diferença de que serei eu.

Sei que é cruel dizer isso, mas você passará, eu também logicamente, mas você irá primeiro. O quê é isso no seu rosto, um sorriso? Mas é claro, como dizem na terra onde você me criou, estou querendo ensinar o padre nosso ao vigário. Só agora entendi, ou como se diz na internet, LOL. Você já sabia de tudo, melhor dizendo, tudo já havia sido planejado. É verdade que agora sou praticamente eterno, mas você, só você sabe tudo, afinal como saber mais do que meu criador.

Obrigado por escrever minha história! Ass.: Você?!? Agora fiquei em dúvida.

  
Joakim Antonio  



"Quando um personagem nasce, adquire imediatamente tal independência inclusive do seu próprio autor, que pode ser imaginado por todos em tantas outras situações em que o autor não pensou inseri-lo, e às vezes pode adquirir também um significado que o autor jamais sonhou em dar-lhe!" Luigi Pirandello



Luigi Pirandello (Agrigento, 28 de Junho 1867 — Roma, 10 de Dezembro 1936) foi um dramaturgo, poeta e romancista siciliano.

Foi um grande renovador do teatro, com profundo sentido de humor e grande originalidade. Suas obras mais famosas são: Seis personagens à procura de um autor, Assim é, se lhe parece, Cada um a seu modo e os romances O falecido Matias Pascal, "Um, Nenhum e Cem Mil", "Esta Noite Improvisa-se", etc.

Recebeu o Nobel de Literatura de 1934.

Fonte: Wikipédia

Leia também o excelente ensaio, Luigi Pirandello: o filho do Kaos, de Maria Célia Martirani, para a seção rascunho em gazetadopovo.com.br.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Brincando pelas veredas - Descortinando João Guimarães Rosa (escritor)


 Somente renovando a língua é que se pode renovar o mundo.

  
  Enquanto achavam que brincava 

estudava a tudo.

Na certeza que estudava 

brincava com as palavras. 

Nunca aprendeu uma nova língua 

continuou a sua. 


Joakim Antonio
  

"Escrevo, e creio que este é o meu aparelho de controle: o idioma português, tal como o usamos no Brasil; entretanto, no fundo, enquanto vou escrevendo, eu traduzo, extraio de muitos outros idiomas. Disso resultam meus livros, escritos em idioma próprio, meu, e pode-se deduzir daí que não me submeto à tirania da gramática e dos dicionários dos outros.

Se tem de haver uma frase feita, eu preferia que me chamassem de reacionário da língua, pois quero voltar a cada dia à origem da língua, lá onde a palavra ainda está nas entranhas da alma, para poder lhe dar luz segundo a minha imagem.

 Eu quero tudo: o mineiro, o brasileiro, o português, o latim, talvez até o esquimó e o tártaro. Queria a linguagem que se falava antes de Babel”. - João Guimarães Rosa

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nas nuvens - Descortinando Francisco Otaviano Rosa (poeta)




Ah que mundo lindo
sempre bem tratado
aquecido e protegido

Ah que mundo belo
flores em volta
rosas e papo amarelo 

Ah que mundo perfeito
como se fosse uma nuvem
no meu céu de direito

Ah que mundo único
nasci e morrerei aqui
onde sempre tive tudo

Joakim Antonio 










Ilusões da vida - Francisco O. Rosa  

"Quem passou pela vida em branca nuvem,
 E em plácido repouso adormeceu;
 Quem não sentiu o frio da desgraça,
 Quem passou pela vida e não sofreu;
 Foi espectro de homem, não foi homem,
 Só passou pela vida, não viveu."



segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Moreninha - Descortinando Joaquim Manoel de Macedo (escritor)


Nome doce, romance certo 
Carolina era seu nome
linda pele, sorriso aberto
mistura fina de eras

Olhar negro, rio, espelho
como não se apaixonar
se até o vento vem brincar
com os seus lindos cabelos

Delicada, esperta, bondosa
corpo de índia esculpida
como não compará-la
com a mais bela rosa

Travessa como o beija-flor
inocente como uma boneca
faceira como o pavão
e curiosa como... uma mulher¹

Hoje ela tem vários nomes
sua pele muda de cor
presente em vários livros
todos falando de amor


" Por mais que mude o livro, a história, a capa, o autor, 
todo escritor fala sempre do seu amor!"

Joakim Antonio 


1. A terceira quadra é citação direta do livro, A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

Estudiosos da obra macediana observam que a protagonista do romance, Carolina, é uma clara alusão à personalidade e ao comportamento de Maria Catarina de Abreu Sodré, sua esposa e prima-irmã do poeta Álvares de Azevedo.


Joaquim Manuel de Macedo, jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista, nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de abril de 
1882. É o patrono da Cadeira n. 20, por escolha do fundador Salvador de Mendonça.

Era filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, clinicou algum tempo no interior do estado do Rio. No mesmo ano da formatura (1844), publicou A Moreninha, que lhe deu fama instantânea e constituiu uma pequena revolução literária, inaugurando a voga do romance nacional. Alguns estudiosos consideram que a heroína do livro é uma clara transposição da sua namorada, e futura mulher, Maria Catarina de Abreu Sodré, prima-irmã de Álvares de Azevedo. Em 1849, fundou com Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias a revista Guanabara, onde apareceu grande parte do seu poema-romance A Nebulosa, que alguns críticos consideram um dos melhores do Romantismo. 

Voltou ao Rio, abandonou a medicina e foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da princesa Isabel. Militou no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares. Foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-59) e deputado geral (1864-68 e 1873-81). Membro muito ativo do Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866). Nos últimos anos, sofreu de decadência das faculdades mentais, falecendo antes de completar 62 anos.

Foi ativa e fecunda a sua carreira intelectual nas várias atividades que exerceu. Um dos fundadores do romance brasileiro, foi considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea e, até o êxito de José de Alencar, o principal romancista. O memorialista ainda é lido com interesse nas Memórias da rua do Ouvidor e Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Foi no romance, entretanto, que Macedo conseguiu perdurar. Suas histórias evocam aspectos da vida carioca na segunda metade do século XIX, com simplicidade de estilo, senso de observação dos costumes e da vida familiar.

Fonte: ABL - Academia Brasileira de Letras


Imagem 1: Larissa by Balduf


Para saber mais:

sábado, 22 de junho de 2013

Hermético compreensível - Descortinando Hermeto Pascoal (compositor)


Hermeto é hermético
para muitos
consciência espacial
remédio natural
para todos

Assobia feito passarinho
canta feito lavadeira
mistura fina e pura
de criança arteira
ao contrário do dito
não tira som de tudo

Ele nos dá

Ao tirar tampões
de ouvidos preguiçosos
mal acostumados
por gostos fabricados
o que sempre esteve
se apresenta

E a nossa vida
passa a ter
um novo
tom

Joakim Antonio 

Os sons da natureza o fascinaram desde pequeno. A partir de um cano de mamona de jerimum (abóbora), fazia um pífano e ficava tocando para os passarinhos.  

Hermeto Pascoal (Lagoa da Canoa, 22 de junho de 1936) é um compositor arranjador e multi-instrumentista brasileiro (toca acordeão, flauta, piano, saxofone, trompete, bombardino, escaleta, violão e diversos outros instrumentos musicais).
Ao ir para a lagoa, passava horas tocando com a água. O que sobrava de material do seu avô ferreiro, ele pendurava num varal e ficava tirando sons. Até o 8 baixos de seu pai, de sete para oito anos, ele resolveu experimentar e não parou mais.
Atualmente, Hermeto Pascoal apresenta-se com cinco formações: Hermeto Pascoal e Grupo, Hermeto Pascoal e Aline Morena, Hermeto Pascoal Solo, Hermeto Pascoal e Big Band e Hermeto Pascoal e Orquestra Sinfônica.
Calendário do Som
De 23 de junho de 1996 a 22 de junho de 1997, registrou uma composição por dia, onde quer que estivesse. Essas composições fazem parte do Calendário do Som, livro de 414 páginas lançado em 1999 pela Editora Senac. O objetivo é homenagear todos os aniversariantes do mundo, incluindo uma canção a mais, para os que haviam nascido em ano bissexto.
As partituras manuscritas por Hermeto foram digitalizadas fielmente por Becca Lopes, mantendo a originalidade com a qual o músico e compositor escreveu, sem qualquer tipo de alteração gráfica. Em cada uma das 366 partituras, Hermeto faz um comentário ou reflexão afetuosa sobre amigos, familiares, músicos, seu Fluminense Football Club e objetos em geral, sempre finalizando com a frase “Tudo de bom sempre”.
Na imagem ao lado, a partitura para o dia de hoje, quer saber a sua? Vá até o site de Hermeto e descubra: Clique aqui

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Um show de ensaio - Descortinando Fernando Faro (comunicador)

Fernando Faro

Em vez de escrever o livro, ele se tornou a história.


O sudeste teima em desafiar o nordeste, tentando esfriar o sangue caboclo que não se deixa apagar. O nordestino é um forte e não teme a morte, louvando a vida em detalhes e atento a toda paisagem, onde natureza, e pessoas em cena, produzem mais do que podemos imaginar.

Fernando Faro é um desses caboclos, nascido em Sergipe e que não deixou São Paulo acinzentar sua visão. Estudante e jogador de futebol, quase nos foi tomado, mas o juízo da mãe o expulsou desse campo e no do Direito ele mesmo anunciou retirada, não sem antes descobrir que gostava de escrever.

Escreveu para jornais, passou para o rádio e depois para televisão, sua verdadeira casa, não sem dar uma passada pelas agências de propagandas. Um comunicador que traz em si a cultura que os nordestinos prezam tanto, música, dança, artes em geral e sempre, absorvendo em detalhes, o que de melhor as pessoas podem oferecer.

Como todo bom comunicador, é um ótimo contador de histórias, tão bom que nos brindou com suas lembranças devidamente enquadradas, pois de que adiantava ser memória viva deixando-nos de memória vazia, sem ver a beleza da mente de tantos músicos, suas pausas compassadas e respostas ritmadas. Então o menino, homem, caboclo, ficou conhecido por muitos como a voz que nos mostrava a beleza desconhecida de tantos outros.

Dizem que é preciso ser poeta para ver poesia em tudo, grande mentira, mas para ouvir o silêncio e reconhecer a poesia ouvindo suas notas antes de soarem, não importa o que digam, é preciso ser poeta, talvez por isso Faro encontrou em Vinícius de Moraes um grande amigo, daqueles que nos dão força para continuar e também nos ajudam a mandar tudo para a Tonga da Mironga do Kabuletê.

Segue por quase cinco décadas fazendo poemas, onde os próprios poetas são as linhas declamadas e o importante são as pausas que antecedem o canto. O erro nunca foi tão belo e o silêncio nunca tão harmonioso, como quando passa por sua visão e nos é repassado pelas suas mãos.

Se também parássemos para observar, veríamos que há acima de tudo um princípio e por Baixo, um lema: Como a vida. Talvez porque lá no fundo, ele que é muito mais sábio que nós, descobriu que depois há algo muito maior nos esperando e isso tudo, é apenas um Ensaio!


Joakim Antonio

quarta-feira, 19 de junho de 2013

No reino de Ávila - Descortinando Affonso Ávila (poeta)


Ainda existem reis de palavra

No reino de Ávila
cercado de palavras
em vanguarda
não há vilão

No reino de Ávila
há Vila Rica
enfeitada de Ouro Preto
e um Belo Horizonte

No Reino de Ávila
a fauna é rica e única
jabuti de papel
ofusca diamantes

No reino de Ávila
havia e há, todo
o visto e o imaginado
do rei Affonso


Joakim Antonio 


Affonso Ávila (Belo Horizonte MG, 1928) foi um pesquisador, ensaísta e poeta brasileiro.
É considerado um dos mais importantes poetas brasileiros contemporâneos.
Teve participação ativa em importantes movimentos literários, foi criador do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais e de toda uma linha de pesquisas e ensaios cujo enfoque é o Barroco no Brasil, principalmente do Barroco mineiro.
Foi organizador da Semana de Poesia de Vanguarda, um importante evento realizado em 1963, e vencedor de diversos prêmios – entre eles o Prêmio Jabuti de Literatura, com O visto e o imaginado.
A carreira de Affonso Ávila acumula trabalhos de levantamento e conservação do patrimônio artístico e arquitetônico das cidades históricas mineiras, sendo um dos marcos desse percurso a criação do IEPHA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG). 
Fonte: Wikipédia

Para saber mais clique nos links abaixo:



Imagem: Montagem por Joakim Antonio

Post feito originalmente em comemoração aos 84 anos de Affonso Ávila.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Insônia - Retratos da Alma



Insônia, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 



Algo lhe tira o sono 
 Dentro do próprio sonho 
 Acorda suas madrugadas 
 E a consome 
 – 
 Tateando na penumbra 
 Pega o livro proibido 
 E o lê até o fim 
 De novo, de novo e de novo 
 – 
 Algo lhe dá corda 
 Dentro da própria história 
 Feita de páginas quentes 
 Sem lado certo, verso ou frente 
 – 
 Sente um gosto...


Clique abaixo para ler o texto completo





Imagem: The cure for insomnia by Kit7en

domingo, 16 de junho de 2013

Cabra da peste - Descortinando Ariano Suassuna (escritor)

Esse cabra da peste é um mestre

O cordel é interessante
conta bem qualquer história
de princesa a toda gente
basta puxar da memória
do tempo do seu vigário
até os tempos de agora

Tem história cabeluda
de tesouro enterrado
tem de fada e de bruxa
com final destrambelhado
de alegria e tristeza
cantada por iletrados

Seu Suassuna nasceu
em junho de vinte sete
na Capital das Acácias
do nosso lindo nordeste
já chegou cordeliando
eita que cabra da peste

Da cultura do nordeste
virou grande defensor
usando da sua pena
escreveu sobre a dor
que aflige toda gente
desse sertão sofredor

Trouxe muitas alegrias
pra esse povo de aço
que resiste bravamente
e lhe mandam um abraço
todo Brasil lhe deseja:
Um Feliz Aniversário!

Joakim Antonio


Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro, defensor da cultura do Nordeste e autor de Auto da Compadecida e A Pedra do Reino.

Em 1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.

Seu livro, Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta foi publicado em 1971. É inspirado em um episódio ocorrido no século XIX, no município sertanejo de São José do Belmonte, a 470 quilômetros do Recife. Na época do seu lançamento, o livro foi considerado um marco da literatura nordestina, após o ciclo do romance regional de 1930 e foi adaptada para o cinema, o teatro e a televisão.
A história transformou-se em microssérie exibida pela Rede Globo em homenagem aos 80 anos do escritor. A trama foi exibida entre 12 de junho a 16 de junho de 2007 e sua exibição foi integral nos cinemas.

Desde 1990, ocupa a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Manuel José de Araújo Porto Alegre, o barão de Santo Ângelo.

Neste ano de 2012, Ariano Suassuna, 84 anos, foi escolhido pelo Senado como “candidato oficial” do Brasil ao prêmio Nobel de Literatura. Fonte: Wikipédia


Imagem 1: Ariano Suassuna colorby SilviodB
Imagem 2: Wikipédia

sábado, 15 de junho de 2013

15 de Junho - Dia de conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa


Quando você volta filho?


Criou com tanto carinho
Não era seu
Mas virou filho

Era sua única alegria
Lhe dava carinho
Tinha de tudo

Mas a economia urge
A inflação sobe
A pensão murcha

O menino tão carinhoso
Muda do nada
A voz aumenta

A vizinhança toda sabia
Ele muitas roupas
Ela lavando trouxas

Mas era seu filho
Quem diria algo
Problema de vizinhos

De repente a novidade
Uma nova casa
Seria agora cuidada

Aceitou sua nova morada
Comida na hora
Cama sempre arrumada

Ele a visitava diariamente
Fim de semana
Logo depois mensalmente

Ele é muito bondoso
Cuida da pensão
Paga o asilo

Não aparece há tempos 
Mas ela sabe
É muito ocupado

Fica sempre na janela
Na eterna espera
De quando vem


Joakim Antonio




Photo by Ansel Adams



O Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, a ser observado em 15 de junho de cada ano, foi instituído em 2006 pela Organização das Nações Unidas(ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.

O objetivo da data, segundo a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil, é "criar uma consciência mundial, social e política, da existência da violência contra a pessoa idosa, além de, ao mesmo tempo, disseminar a idéia de não aceitá-la como normal."








Imagem: Joakim Antonio

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Há um vampiro em Curitiba - Descortinando Dalton Trevisan (escritor)


Desenho feito a partir de relato de testemunhas

Cara olha só o que descobri hoje, saiu no jornal do meu pai.
Ah então eu já sei, não tem nada que eu não saiba de notícia.
Então você já sabia que há um vampiro em Curitiba?
Deixa de falar besteira cara, vampiros não existem.
Mas tá aqui ó, no jornal, vampiro de Curitiba.
Tá bem então, se tem foto, já não é.
Aqui diz que ninguém consegue fotografá-lo.
Tá mas vampiro não sai no sol.
Ninguém o vê de dia. Aliás, aqui diz que ninguém o vê.
Mas não tem vampiro brasileiro não, já viu vampiro moreno cara.
Nada a ver, ele morde só branco agora por acaso? Mas de qualquer jeito ele é pálido e... nossa!!
Que foi? Fala logo que agora você me deixou nervoso.
Deve ser novo, saca só, vampiro não vive muito?
É sim, por que?
Ele está fazendo 86 anos hoje.
Então é verdade, tem um vampiro em Curitiba.
Peraí, não é vampiro que se falar o nome 10 vezes ele aparece? 
E quantas vezes nós falamos?
Vampiro?
Nesse momento a luz se apaga. 

Joakim Antonio

(Texto publicado em virtude da comemoração dos 86 anos de Dalton Trevisan, no dia de hoje ele completa 88 anos de idade.)


Dalton Jérson Trevisan (Curitiba, 14 de junho de 1925) é um escritor brasileiro, famoso por seus livros de contos, especialmente O Vampiro de Curitiba (1965), e por sua natureza reclusa.

É reconhecido como um importante contista da literatura brasileira por grande parte dos críticos do país. Entretanto, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social, criando uma atmosfera de mistério em torno de seu nome. Por esse motivo recebeu a alcunha de "Vampiro de Curitiba", nome de um de seus livros. Assina apenas "D. Trevis" e não recebe a visita de estranhos.
Prêmios
Foi eleito por unanimidade vencedor do Prémio Camões de 2012, ano em que também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Fonte: Wikipédia

terça-feira, 4 de junho de 2013

Lado B - Retratos da Alma



Lado B, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 



Todos o têm, 
 Uns escondem, outros expõem
 E os poetas, veja você 
 Mesmo cheios de amores, repletos de dores 
 Até o mais tímido tem o seu lado B

 – 

 Vê em cada flor uma beleza rara 
 E usa das palavras para tocá-las 
 Tocar o íntimo é o que faz sem igual 
 E sente pelas flores atração fatal

 – 

 Mesmo podendo soar machista 
 Os poetas não dispensam...


Clique abaixo para ler o texto completo





Imagem: Delicate by Voyager

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Momento de ternura




Um momento de ternura, nos olhos de todos, candura. Há um brilho alegre no próprio ar, iluminando o momento, há braços entendidos, querendo sentir um pouco de si, bem ali.

Uma anciã entra no recinto, o coração de todos bate mais forte e o dela, infinitamente preenchido de amor, vê em carne e osso a continuação de seu amor. Ela vê, nos braços da rainha da sala, um novo príncipe, vê no olhar de cada um, o que sempre pregou e quis, paz e alegria. Por um momento, relembra uma vida inteira, que naquele instante torna-se presente, passando do braços da mãe para os seus.

A neta diz, "Ele dorme com os braços nessa posição.", o tio pensa quê, quando o cara é guerreiro, dorme com a guarda em alerta, pensa também que como todo brasileiro, com certeza é um guerreiro. Venceu nove meses e continuará, vencendo cada dia, essa batalha de vitórias e derrotas, buscando ser um exímio equilibrista em cima desse fio que chamamos vida.

A doce anciã, continua com ele nos braços, a face rosada dos dois, grita vida e ambos, ostentam um leve sorriso nos lábios.

A família cresceu, eis aqui mais um paulistano, eis aqui mais um guerreiro, eis aqui Thiago, o filho, da filha, da filha e Dona Luzia, agora é Bisa!


Joakim Antonio 


(O nome Tiago deriva do latim Iacobus, que por sua vez é uma latinização do nome hebreu Ya'akov (יעקב) ou Jacó. Jacó ou Jacob (em hebraico: יעקב, transl. Yaʿaqov, em árabe: يعقوب, transl. Yaʿqūb), também conhecido como Israel (em hebraico: יִשְׂרָאֵל, transl. Yisraʾel; em árabe: اسرائيل, transl. Isrāʾīl), foi o terceiro patriarca da bíblia.)



Imagem: Thiago Miguel by Joakim Antonio

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