quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tesouro escondido - Retratos da Alma






Tesouro escondido, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 




Cada um tem seu tesouro 

Um momento intenso 
Uma hora calma 
Um local escondido 

O cheiro da chuva 
O sorriso mais lindo 
O brilho no olhar 

Um acordar 
Um dormir 
Um estar junto 

A poesia... 




Clique abaixo para ler o texto completo




Imagem: Ruby Gem by Vixxybo


domingo, 25 de novembro de 2012

Sagrado e Profano - Descortinando Lope de Vega (poeta)

Felix Lope de Vega Carpio
1562 - 1635

Casado, solteiro 
Amante
Soldado, civil
Escrevente
Sagrado, profano
Monstro
Criado, criador
Poeta
Para um quase credo
Um quase Deus

Joakim Antonio


 Lope de Vega escreveu mais de um milhão de versos, Cervantes o chamou de Monstro da Natureza, era um poeta do povo e após sua morte a inquisição proibiu uma paródia do credo, famosa dentro e fora da Espanha, que começava dizendo: 

“Creo en Lope todopoderoso, poeta del cielo y de la tierra...” 



Félix Lope de Vega, também citado como Félix Lope de Vega Carpio ou Lope Félix de Vega Carpio, (25 de Novembro de 1562 – 27 de Agosto de 1635) foi um dramaturgo, autor de peças teatrais e poeta espanhol.

Sua produção literária compõe-se de 426 comédias e 42 autos, além de milhares de poesias líricas, cartas, romances, poemas épicos e burlescos, livros religiosos e históricos, entre eles os extensos poemas como La Dragontea (1598) e La Gatomaquia (1634), os poemas curtos Rimas (1604), Rimas sacras (1614), Romancero Espiritual (1619) e a célebre écloga Amarilis (1633) - uma homenagem à amada morta. Ainda são destaques por sua originalidade, os épicos Jerusalén conquistada (1609), o Pastores de Belém (1612) e o romance dramático La Dorotea (1632).

Seus contemporâneos o chamaram de "Monstro da Natureza" por ter escrito mais de 1.500 peças de teatro. Entre elas destacam-se as inspiradas em histórias e lendas espanholas: O melhor juiz, o Rei; Peribánez e o Comendador de Ocaña; Fuenteovejuna; O cavaleiro de Olmedo. As históricas: O castigo sem vingança; Contra o valor não há infortúnio. As mitológicas: O pelego de ouro, Vênus. As comédias de costume: O aço de Madri; A dama boba. Wikipédia

Em julho de 2011 foi lançado em DVD o filme Lope, que estreou em 2010, dirigido pelo cineasta brasileiro Andrucha Waddington. O filme é uma coprodução hispano-brasileira e conta os primeiros passos do dramaturgo espanhol Lope de Vega, um dos mestres do Século de Ouro espanhol, que tem no elenco os brasileiros Sônia Braga e Selton Mello. Folha.com

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Estouro




Ideia fixa
Sem olhos alheios
Guardada a sete chaves
Impagável, incomparável, intocável
De todas, a melhor

Hora certa
Sem papel correto
Esquecido os cuidados
Tocada, ferida, revelada
Diante todos, estourou

Ideia solta
Sem nenhuma regra
Espalhando-se no mundo
Mudando, crescendo, evoluindo
Toda descoberta, revolucionou-se


Joakim Antonio



Imagem: Lamp of Idea by Tariqdesign

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Uma resposta





Para três perguntas, uma vaga resposta.

Ame!


Joakim Antonio



Imagem: Where is my dream by Sheerheart

domingo, 18 de novembro de 2012

Aguardando


Dizem que ele anda por aí
Sabendo tudo
Sobre Ti

Alguns o acham Sagrado
Chamam de Anjo
Guardião alado

Trazendo na ponta da espada
Vontade verdadeira
Sempre afiada

Olhando por cima do muro
Sabendo como ajudar
Seu futuro

Do domingo brilha mais
Aparece como filho
Mãe e Pai

Ele nos olha de cima
Não em arrogância
Mas sabedoria

Querendo poder dizer
Mas esperando
Podermos ver


Joakim Antonio



Imagem: Guardian by Unessential

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sorriu...



Ele não era meu melhor, nem pior, amigo, mas andou comigo. Viveu, sentiu fome, sede, cansaço, ânimo, satisfação, êxtase. Seguiu um caminho, certo, torto, iluminado, escuro, alegre, triste, igual, diferente. Gritou ao vento, sorrisos, lágrimas, canção, oração. Despertou olhos, mentes, corações, paixões, ódio e amor.

Ele foi uma pessoa como eu e você, imperfeito em se expressar, quando o sentimento era demais. Que, como nós, falava de coisas sérias no meio da maluquice cotidiana, entremeada entre o dito e o não dito, constantemente saltando no meio das falas, mesmo que não queiramos.

Por um breve instante, como toda vida o é, ele sorriu comigo. Ele sentou naquele banquinho de plástico, que  eu e muitos mais ainda sentarão e me pagou uma cerveja. Elogiou meu treino, tirou sarro da minha cara, foi zoado, me xingou e foi xingado, como amigos fazem.

Dizem que depois que alguém morre, só temos elogios, mas eu não consigo lembrar das pessoas, senão pelos seus sorrisos. Defeitos todos temos, somos seres humanos, esse fato já engloba tudo de bom e ruim que possamos ter. Se posso escolher sorrir, rirei com boas lembranças.

Seu nome é Fábio, Fabinho para o pessoal da rua, Irmão para seus irmãos e irmãs, Pai para sua filha, Filho para sua mãe.

Ele não era meu melhor, nem pior, amigo, mas foi importante, pois partilhou dessa grande jornada de todos nós, ele andou por aqui, deu um sorriso e apertou minha mão.

Muita Luz e Descanse em Paz!


Joakim Antonio



Imagem: A Boat at the Sunset by Jjuuhhaa 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Polemizando - Descortinando Bruno Tolentino (poeta)



Quando leio versos que divergem por não convergirem aos interesses, quando leio polêmicas causadas por  prosas que ousaram falar mal da rosa, quando ouço palavras que contradizem o pensamento vigente da cena cultural engessada e repaginada, eu começo a contestar meus poemas engavetados e debater com meus textos, na vã tentativa de chegar a um consenso de porque eu deveria tentar publicar palavras avessas ao clero, quase endeusado, que manda e desmanda apontando o dedo para debaixo das asas e dizendo, "Esse poeta é maravilhoso.", enquanto aponta o dedo para o povo e diz, "Venham a mim todos que concordam, pois esses talvez, quem sabe e por sorte, serão publicados."

Eu olho para o passado e vejo apenas um abaixo-assinado autografado, como fosse quadro a ser leiloado no futuro e com a esperança de que ao colocar o nome de um Poeta no cabeçalho, houvesse a possibilidade dele ser abaixo-assassinado por palavras, parece que se esqueceram do que tanto pregavam e do ditado que diz que ao apontar um dedo para alguém, contra você apontam três.

Mas grandes poetas trazem consigo um vírus feito de palavras que se espalham e têm o poder de transformar outros em Poetas também, o triste é que há mais vozes por ele depois de ter partido, não por terem ficado calados, mas por a música ser tão alta que não puderam ser ouvidos.


Joakim Antonio


RESPONSABILIDADES - Bruno Tolentino

Ah, o país dos poetas! Quanto mais
improvável aqui, no pobre agora
dos desastres morais, quanto mais fora
das probabilidades do fugaz,
quanto mais sujo, mais doente, mais
esquecidiço, quanto mais demora
a aparecer esse país, a hora
de defender-lhe as torres ancestrais,
as coisas que fundaram esta linguagem,
ou a replantaram aqui nesta paisagem
insultada mas certa do que é,
a hora de erigir-se alguma fé
faz-se mais clara e cheia de coragem
que obriga a não ceder, a fincar pé!


Bruno Lúcio de Carvalho Tolentino (Rio de Janeiro, 12 de novembro de 1940 — São Paulo, 27 de junho de 2007) foi um poeta brasileiro.
Vida e obra

Nascido em 1940, numa tradicional família carioca, conviveu desde criança com intelectuais e escritores próximos à família, entre eles Cecília Meireles (a quem o poeta sempre se referiu carinhosamente como Tia Cecília), Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto. Primo do crítico literário brasileiro Antonio Candido e da crítica teatral Bárbara Heliodora, seu trisavô, Antônio Nicolau Tolentino, foi conselheiro do Império e fundador da Caixa Econômica Federal. Foi instruído em inglês e francês ao mesmo tempo de sua alfabetização no português.

Bruno Tolentino recebeu o Prêmio Jabuti três vezes pelos livros "As horas de Katharina" em 1995, "O mundo como ideia" em 2003 e "Imitação do amanhecer" em 2007. "A balada do cárcere", recebeu os prêmios Cruz e Souza de poesia, em 1996, e o Abgar Renault, em 1997.

Em 2003 recebeu o Prêmio José Ermírio de Moraes da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Era considerado polêmico e em entrevista a Revista Veja, criticou Caetano Veloso, Chico Buarque. Trocou ofensas com críticos literários do Brasil e professores de filosofia da USP.

Livros publicados

  • Anulação e outros reparos (São Paulo: Massao Ohno, 1963)
  • Le vrai le vain (Paris: Actuels, 1971)
  • About the hunt (Oxford: OPN, 1979)
  • As horas de Katharina (São Paulo: Companhia das Letras, 1994)
  • Os deuses de hoje (Rio de Janeiro: Record, 1995)
  • Os sapos de ontem (Rio de Janeiro: Diadorim, 1995)
  • A balada do cárcere (Rio de Janeiro: Topbooks, 1996)
  • O mundo como Ideia (São Paulo: Globo, 2002)
  • A imitação do amanhecer (São Paulo: Globo, 2006)

Citações sobre sua obra

(Publicadas na edição de "As Horas de Katharina", Companhia das Letras)

"Um dos melhores poetas da atualidade, ele é sem dúvida um 'daqueles poucos' que fazem a cultura de uma época." (Yves Bonnefoy)

"Há muitos anos admiro em Bruno Tolentino um poeta de raro talento respaldado por uma vasta cultura, que abrange diversas línguas e diversas literaturas. Tanto esse conhecimento como essa experiência fazem da sua uma das mentes mais bem equipadas para abordar o problema da poesia em nosso tempo." (Jean Starobinski)

"Seus poemas exalam uma dor tão justa que só sua perfeição formal torna suportável." (Saint-John Perse)


Para saber mais:

sábado, 10 de novembro de 2012

Silenciador - Retratos da Alma







Silenciador, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 




Silêncio no recinto

Me ressinto de falar

Quando fico mudo 

É medo de mudar

-

O som desligou 

E eu nem liguei

O mundo mudou

Ou me mudei 

-

Cordas vocais

Presas num canto

São barco...





Clique abaixo para ler o texto completo




Imagem original: Biography of my silence V By Mybittersweetness

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Anjo Torto - Descortinando Torquato Neto (poeta)


O Poeta desafia conceitos, entorta as regras, fala de amor com a bravura da guerra e gostaria de parar guerras com uma flor. Cada palavra que não sai de sua boca, cada verso impedido de adornar o papel, vira angustia e consome-o, torna-o mais inferno que céu. Ele explode em sílabas tônicas e conjuga verdades  improferíveis, por aqueles que deveriam ser os primeiros a dizê-las. É preciso compreendê-lo, mas não desculpá-lo, pois nenhum deles, do mais amável ao intolerável, declamou um poema sequer que se arrependesse.

Joakim Antonio

Pessoal intransferível, Torquato Neto.
“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada nos bolsos e nas mãos. Sabendo: perigoso, divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão (Publicado na Coluna Geleia Geral de 14/09/ 1971).”

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 — Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura brasileira.


Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista. O cineasta Ivan Cardoso produziu o documentário Torquato Neto, o Anjo Torto da Tropicália. Os Titãs musicaram seu poema Go Back, que deu nome ao disco da banda de 1988.

Para mais visitem o excelente site TorQUaTo nEto = O AnJO tORtO contendo sua história, músicas, vídeos, noticias, publicações e a prosa e verso de Torquato Neto.

TODA PALAVRA GUARDA UMA CILADA: TORQUATO NETO ENTRE A VERTIGEM E A VIAGEM - Texto que propõe uma apropriação e uma revisão histórica dos textos torquateanos, de modo que eles possam expressar as condições de existir para parte da juventude brasileira nos anos sessenta. Fênix - Revista de história e assuntos culturais.

Letras de músicas: Letras Terra Torquato Neto

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Conversa estreita - Descortinando Cecília Meireles (poeta)



Ela não soube, ou até soube e eu que não sei, as conversas estreitas que poderíamos ter.

Iríamos jogar conversas fora e depois recolhê-las do ar, condensá-las em textos maravilhosos de aprendizados raros, e mesmo tentado a escrever diálogos, eu apenas narraria a beleza de beber dessa poesia que flui desse mar chamado Cecília.

Talvez discutiríamos sobre espaço-tempo, de como disputas tolas são vencidas por ele e as palavras certas passam através, então falaríamos um pouco de solidão, da autoimposta e da não esperada, do esquecimento pela ausência e de como a encontro bem menos do que ela merece.

Por fim, pediria conselhos de escrita da educadora, dicas de mãe da escritora e mostraria, com intenção de receber mais críticas que elogios, textos recheados de sonhos e destinados às novas e velhas crianças.

Agora fecho o livro e penso, com certeza ela soube.



Joakim Antonio


Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada



Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."

© Projeto Releituras Visite e conheça mais de Cecília Meireles. 

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Perseguição



Acordei
Um querer angustiante
E saí
Numa busca incessante
Sem saber
Quando
Não visualizando
Onde

Apertei os olhos
E o horizonte
Se desfez

Pedi algo nada fácil
O afastamento do amargo
Que em minha boca pousou

Ouvi sua chegada
Primeiro minúsculo ponto
Manchando o nada
E então ele apontou

Chegou em rasante
Lindo
Desafiador

Uma, duas, três voltas
Eu estático
Numa quarta
Ele me tocou

Como quem dissesse
Buscavas
Aqui estou

Então o segui pelo parque
Perdi ( ou ganhei ) toda tarde
Num estranho Longe Perto
Até que pousou

Cheguei tão perto
Estiquei a mão
E ele voou

Deixando cair um  ramo
Plantado no quintal
E agora
Adoçando meu hoje

Pois todos os dias vem brincar
No meu pé de erva-doce


Joakim Antonio



Imagem: Robin in the Fennel by Aconitum-Napellus

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Clave de Sol



Começou em Lá
Testando
Uma a uma
Mudou para Si
Desfilou canções
Quase desistiu
Não era
Dó, Ré, Mi
Tampouco Fá

Inspirou profundo
Bebeu água
Fechou os olhos
Desligou o som
E fez um solo
Segurando o tom
Descobriu então
Que em seu coração
Há um grande Sol


Joakim Antonio


Imagem: Musical Flare by Greenapples

domingo, 4 de novembro de 2012

Mecânica




Luz prateada
Atingiu a menina
Imprimindo mapas
Conexões universais
Diretamente na retina

Cores espectrais
Como ela nunca viu
Ampliadas ao máximo
Revelando algo no nada
Tornando tudo compreensível

Visão esperada
Abrindo as cortinas
Das prosas e versos
Dos mecanismos poéticos
Que fazem o silêncio gritar


Joakim Antonio



Imagem: Reflections XV by Neodecay

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