terça-feira, 25 de novembro de 2014

Pronto - Coluna Palavra Expressa - Retratos da Alma




Pronto, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 

"(...) O voo sem rota, não pelo simples prazer de viver, mas porque ele nem sabe o motivo ou quando deverá pousar. Não compreende se o solo é realmente firme ou se vai surpreendê-lo com um agravante… só saberá se tentar ficar (...)"

Clique abaixo para ler o texto completo




Imagens:

1. Riot 15 by Edgedfeather

2Always write by pink-kangaroo








domingo, 9 de novembro de 2014

O Anjo Torto - Descortinando Torquato Neto (poeta)


O Poeta desafia conceitos, entorta as regras, fala de amor com a bravura da guerra e gostaria de parar guerras com uma flor. Cada palavra que não sai de sua boca, cada verso impedido de adornar o papel, vira angustia e consome-o, torna-o mais inferno que céu. Ele explode em sílabas tônicas e conjuga verdades improferíveis, por aqueles que deveriam ser os primeiros a dizê-las. É preciso compreendê-lo, mas não desculpá-lo, pois nenhum deles, do mais amável ao intolerável, declamou um poema sequer que se arrependesse.

Joakim Antonio

Pessoal intransferível, Torquato Neto.
“Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela. Nada nos bolsos e nas mãos. Sabendo: perigoso, divino, maravilhoso.
Poetar é simples, como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena etc. Difícil é não correr com os versos debaixo do braço. Difícil é não cortar o cabelo quando a barra pesa. Difícil, pra quem não é poeta, é não trair a sua poesia, que, pensando bem, não é nada, se você está sempre pronto a temer tudo; menos o ridículo de declamar versinhos sorridentes. E sair por aí, ainda por cima sorridente mestre de cerimônias, "herdeiro" da poesia dos que levaram a coisa até o fim e continuam levando, graças a Deus.
E fique sabendo: quem não se arrisca não pode berrar. Citação: leve um homem e um boi ao matadouro. O que berrar mais na hora do perigo é o homem, nem que seja o boi. Adeusão (Publicado na Coluna Geleia Geral de 14/09/ 1971).”

Torquato Pereira de Araújo Neto (Teresina, 9 de novembro de 1944 — Rio de Janeiro, 10 de novembro de 1972) foi um poeta, jornalista, letrista de música popular, experimentador da contracultura brasileira.

Torquato envolveu-se ativamente na cena cultural soteropolitana, onde conheceu, além de Gil, Caetano Veloso, Gal Costa e Maria Bethânia. Em 1962, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar jornalismo na universidade, mas nunca chegou a se formar. Trabalhou para diversos veículos da imprensa carioca, com colunas sobre cultura no Correio da Manhã, Jornal dos Sports e Última Hora. Torquato atuava como um agente cultural e polemista defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o Cinema Marginal e a Poesia Concreta, circulando no meio cultural efervescente da época, ao lado de amigos como os poetas Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, o cineasta Ivan Cardoso e o artista plástico Hélio Oiticica. Nesta época, Torquato passou a ser visto como um dos participantes do Tropicalismo, tendo escrito o breviário "Tropicalismo para principiantes", onde defendeu a necessidade de criar um "pop" genuinamente brasileiro: "Assumir completamente tudo que a vida dos trópicos pode dar, sem preconceitos de ordem estética, sem cogitar de cafonice ou mau gosto, apenas vivendo a tropicalidade e o novo universo que ela encerra, ainda desconhecido". Torquato também foi um importante letrista de canções icônicas do movimento tropicalista. O cineasta Ivan Cardoso produziu o documentário Torquato Neto, o Anjo Torto da Tropicália. Os Titãs musicaram seu poema Go Back, que deu nome ao disco da banda de 1988.

Para mais visitem o excelente site TorQUaTo nEto = O AnJO tORtO contendo sua história, músicas, vídeos, noticias, publicações e a prosa e verso de Torquato Neto.

TODA PALAVRA GUARDA UMA CILADA: TORQUATO NETO ENTRE A VERTIGEM E A VIAGEM - Texto que propõe uma apropriação e uma revisão histórica dos textos torquateanos, de modo que eles possam expressar as condições de existir para parte da juventude brasileira nos anos sessenta. Fênix - Revista de história e assuntos culturais.

Letras de músicas: Letras Terra Torquato Neto

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Conversa estreita - Descortinando Cecília Meireles (poeta)



Ela não soube, ou até soube e eu que não sei, as conversas estreitas que poderíamos ter.

Iríamos jogar conversas fora e depois recolhê-las do ar, condensá-las em textos maravilhosos de aprendizados raros, e mesmo tentado a escrever diálogos, eu apenas narraria a beleza de beber dessa poesia que flui desse mar chamado Cecília.

Talvez discutiríamos sobre espaço-tempo, de como disputas tolas são vencidas por ele e as palavras certas passam através, então falaríamos um pouco de solidão, da autoimposta e da não esperada, do esquecimento pela ausência e de como a encontro bem menos do que ela merece.

Por fim, pediria conselhos de escrita da educadora, dicas de mãe da escritora e mostraria, com intenção de receber mais críticas que elogios, textos recheados de sonhos e destinados às novas e velhas crianças.

Agora fecho o livro e penso, com certeza ela soube.


Joakim Antonio

Motivo (Cecília Meireles)

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada



Cecília Benevides de Carvalho Meireles (Rio de Janeiro, 7 de novembro de 1901 — Rio de Janeiro, 9 de novembro de 1964) foi uma poetisa, pintora, professora e jornalista brasileira. É considerada uma das vozes líricas mais importantes das literaturas de língua portuguesa.

Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Fagner, foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai:

"Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo...A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea."

© Projeto Releituras Visite e conheça mais de Cecília Meireles. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Moderação



Enquanto falava sempre
as mesmas coisas
nada mudava

Mesmo sem acreditar
que alguma lei
a guiava

Ninguém desacredita
do que a própria
boca fala

Joakim Antonio


Imagem: Words I Never Said by Alessia-Izzo

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Eu árvore - Palavra Expressa



Eu árvore, coluna Palavra Expressa no site Retratos da Alma 


"(...) eu árvore
eu poeta
eu tudonada
entre cordas bambas
sobre abismos infindáveis
no pulo derradeiro
numa última vã tentativa
de retornar ao que realmente sou  (...)


Clique abaixo para ler o texto completo




Imagens:

1Immortal Ideas of a Dead Poet by zyphryus

2Always write by pink-kangaroo







domingo, 2 de novembro de 2014

Finados



No dia de hoje
muitos não querem falar
sentem falta de uns
outros querem por lá
relembram coisa boas
e algumas um tanto más
ainda têm apego a eles
mesmo dizendo não
porquê mesmo finados
o passado anda ao lado
segurando nossas mãos

Muitos morrem de medo
ao me ver correm ligeiros
se assustam na hora
com meu caminhar
e a minha face
não conseguem encarar
para uns sou bonito
para outros muito feio
mas apareço conforme
seus anjos e demônios
pesadelos e sonhos

Gosto mais de ser Barão
sou um nobre caveira
chego na hora certa
minha colheita é certeira
fazendo parte do destino
da criação inteira
não se canse fugindo
silenciando sobre nós
pois um recado vou lhe dar
no dia do nosso encontro
você será o primeiro a chegar


Joakim Antonio


Imagem: Baron Samedi by Photogeny-cosplay



sábado, 1 de novembro de 2014

Declamada



Toda mulher é poema

a ser descoberto

um verso a ser dito

Sempre

ao pé do ouvido


Joakim Antonio

Imagem: Ear and neck by Kbraaten

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