sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sorriu...



Ele não era meu melhor, nem pior, amigo, mas andou comigo. Viveu, sentiu fome, sede, cansaço, ânimo, satisfação, êxtase. Seguiu um caminho, certo, torto, iluminado, escuro, alegre, triste, igual, diferente. Gritou ao vento, sorrisos, lágrimas, canção, oração. Despertou olhos, mentes, corações, paixões, ódio e amor.

Ele foi uma pessoa como eu e você, imperfeito em se expressar, quando o sentimento era demais. Que, como nós, falava de coisas sérias no meio da maluquice cotidiana, entremeada entre o dito e o não dito, constantemente saltando no meio das falas, mesmo que não queiramos.

Por um breve instante, como toda vida o é, ele sorriu comigo. Ele sentou naquele banquinho de plástico, que  eu e muitos mais ainda sentarão e me pagou uma cerveja. Elogiou meu treino, tirou sarro da minha cara, foi zoado, me xingou e foi xingado, como amigos fazem.

Dizem que depois que alguém morre, só temos elogios, mas eu não consigo lembrar das pessoas, senão pelos seus sorrisos. Defeitos todos temos, somos seres humanos, esse fato já engloba tudo de bom e ruim que possamos ter. Se posso escolher sorrir, rirei com boas lembranças.

Seu nome é Fábio, Fabinho para o pessoal da rua, Irmão para seus irmãos e irmãs, Pai para sua filha, Filho para sua mãe.

Ele não era meu melhor, nem pior, amigo, mas foi importante, pois partilhou dessa grande jornada de todos nós, ele andou por aqui, deu um sorriso e apertou minha mão.

Muita Luz e Descanse em Paz!


Joakim Antonio



Imagem: A Boat at the Sunset by Jjuuhhaa 

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