sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ao sabor do vento - Descortinando Guillaume Apollinaire (escritor)



Tinha tanto medo de alturas
que nunca descera da árvore
adormeceu pensando
morrerei lagarta

Quando acordou e saiu do casulo
olhou-se admirada
agradeceu pelo novo olhar
agradeceu pelas nova cores
agradeceu pelas novas pernas
agradeceu por não precisar mais rastejar

Mas assim que agradeceu tudo que podia
olhou para o chão, teve medo e pensou
Deus pra que me dar tudo se a coragem não tenho
para que tanta beleza presa em uma árvore

Pediu se possível uma explicação
pediu se merecedora
ouvir a voz de Deus

Então um vento forte
soprou e derrubou-a do galho
desesperada começou a se debater
e então descobriu que podia voar

Agradeceu o recado
e nunca mais
parou de agradecer

Joakim Antonio


"Venham até a borda, ele disse. Eles disseram: Nós temos medo. Venham até a borda, ele insistiu. Eles foram. Ele os empurrou... E eles voaram."
Guillaume Apollinaire


Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Vladimir Apollinaris de Kostrowitzky, Roma, 26 de agosto de 1880 — Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.

Sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortexo de Orfeo (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo. Wiki


Para saber mais:

Português

Quatro poemas de Guillaume Apolinaire em astormentas.com

Aqui alguns caligramas - poesia visual em antoniomiranda.com.br

English

All poems


Imagem: Into the Light by holydak

7 comentários:

  1. Que linda estória Joakim. FAz a gente mirar-se no exemplo da borboleta e sempre continuar a voar sem medos e amarras.
    Bjusss
    Sil

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  2. Lindo, lindo, lindo!!
    Assim como em todas as provações....seguiremos mais fortes e vitoriosos... e teremos sempre coisas belas para dizer e escrever....sempre... porque sairão de um coração que sabe o valor de cada detalhe....e do valor na vida .... não é?
    Beijos Joakim!
    Carla

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  3. Bom dia Joakim.
    Bonita poesia. Metáfora que retrata nossa realidade, o casulo que precisamos sair dele e a gratidão que devemos ter pelos ventos que nos sopram, ajudando-nos a perder o medo de voar pela vida. Importante o texto que você fez sobre o Guillaume Apollinari que nos mostra o valor de se inovar em todos os campos da vida porque ela é um descortinar constante, repleta de adoráveis surpresas. É importante descobrir novos doces, para que o sal não se apodere sozinho, da vida. Ela precisa ser temperada. rs
    Abs.

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  4. Ameiii a poesia querido amigo... que belo ver a superação acontecendo, levando a importantes transformações...
    Boa semana...beijo
    Valéria

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  5. que possamos nos redescobrir borboletas quando construímos nossos casulos...

    beijo vida

    amoooooo

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  6. Diante das necessidades, só Deus sabe o que somos capazes de fazer!

    Adorei, abraço

    Luana Barcelos

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"Quando escrevo minhas idéias tornam-se a pena e minha alma a tinta, por isso quando você lê, você me sente."

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