domingo, 24 de junho de 2012

A Moreninha - Descortinando Joaquim Manoel de Macedo (escritor)


Nome doce, romance certo 
Carolina era seu nome
linda pele, sorriso aberto
mistura fina de eras

Olhar negro, rio, espelho
como não se apaixonar
se até o vento vem brincar
com os seus lindos cabelos

Delicada, esperta, bondosa
corpo de índia esculpida
como não compará-la
com a mais bela rosa

Travessa como o beija-flor
inocente como uma boneca
faceira como o pavão
e curiosa como... uma mulher¹

Hoje ela tem vários nomes
sua pele muda de cor
presente em vários livros
todos falando de amor


" Por mais que mude o livro, a história, a capa, o autor, 
todo escritor fala sempre do seu amor!"

Joakim Antonio 


1. A terceira quadra é citação direta do livro, A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo.

Estudiosos da obra macediana observam que a protagonista do romance, Carolina, é uma clara alusão à personalidade e ao comportamento de Maria Catarina de Abreu Sodré, sua esposa e prima-irmã do poeta Álvares de Azevedo.


Joaquim Manuel de Macedo, jornalista, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista, nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de abril de 
1882. É o patrono da Cadeira n. 20, por escolha do fundador Salvador de Mendonça.

Era filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, clinicou algum tempo no interior do estado do Rio. No mesmo ano da formatura (1844), publicou A Moreninha, que lhe deu fama instantânea e constituiu uma pequena revolução literária, inaugurando a voga do romance nacional. Alguns estudiosos consideram que a heroína do livro é uma clara transposição da sua namorada, e futura mulher, Maria Catarina de Abreu Sodré, prima-irmã de Álvares de Azevedo. Em 1849, fundou com Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias a revista Guanabara, onde apareceu grande parte do seu poema-romance A Nebulosa, que alguns críticos consideram um dos melhores do Romantismo. 

Voltou ao Rio, abandonou a medicina e foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da princesa Isabel. Militou no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares. Foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-59) e deputado geral (1864-68 e 1873-81). Membro muito ativo do Instituto Histórico (desde 1845) e do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866). Nos últimos anos, sofreu de decadência das faculdades mentais, falecendo antes de completar 62 anos.

Foi ativa e fecunda a sua carreira intelectual nas várias atividades que exerceu. Um dos fundadores do romance brasileiro, foi considerado em vida uma das maiores figuras da literatura contemporânea e, até o êxito de José de Alencar, o principal romancista. O memorialista ainda é lido com interesse nas Memórias da rua do Ouvidor e Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro. Foi no romance, entretanto, que Macedo conseguiu perdurar. Suas histórias evocam aspectos da vida carioca na segunda metade do século XIX, com simplicidade de estilo, senso de observação dos costumes e da vida familiar.

Fonte: ABL - Academia Brasileira de Letras


Imagem 1: Larissa by Balduf

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