domingo, 3 de junho de 2012

Cultura descontrolada - Descortinando Allen Ginsberg (poeta)




Os barões da mídia estão com medo
eles tentam, mas sabem
o controle remoto está quase morto
o dinheiro ainda vem, mas mudou o gosto
morreram discos, quadros e papéis
os artistas sentem como nunca
necessidade de tomarem as ruas
mais uma vez

Não se sabe o que os acordou
alguns dizem que apenas relembraram
não tinham mais medo de se abraçarem
nem serem taxados de nada
assim como já foi, assim como era para ser
e fizeram amor no meio da rua
nas paredes, nas vitrines, abrindo portas
deixando entrar o céu

Os tubarões da mídia tremiam de medo
menos por perderem o controle
mais por todos terem acordado para o fato
que eles continuavam barões
com direitos autorais do próprio ser
inflacionando, roubando e matando
a parte mais preciosa da cultura
a capacidade de inovar

Naquele dia ouve um grande clarão
e a cultura descontrolada
voltou a ter controle de si mesma

Joakim Antonio


"Quem quer que controle a mídia, as imagens, controla a cultura" Allen Ginsberg

 Irwin Allen Ginsberg (Newark, Nova Jersey, 3 de junho de 1926 – 5 de abril de 1997) foi um poeta americano da geração beat, que ficou conhecido pelo seu livro de poesia Howl (1956).
Allen Ginsberg foi uma criança complicada e tímida, dominada pelos estranhos e assustadores episódios de sua mãe, uma mulher completamente paranóica, que acreditava que o mundo conspirava contra ela. Ao mesmo tempo, Allen teve que lutar para compreender o que estava acontecendo dentro dele, já que era consumido pela luxúria de outros meninos de sua idade.
Na escola secundária, descobriu a poesia, mas logo ao ingressar na Universidade de Columbia, fez amizade com um grupo de jovens delinquentes, filósofos de almas selvagens (entre eles Jack Kerouac), obcecados igualmente por drogas, sexo e literatura. Ao mesmo tempo em que ajudava os amigos a desenvolverem os seus talentos literários, Allen perdia de vez a sua ingenuidade, experimentando drogas, freqüentando bares gays em Greenwich Village e vivendo seus affairs homossexuais.
Ginsberg com Bob Dylan, 1975
Assumindo um estilo de vida bizarro, como se procurasse em si mesmo a face da loucura de sua mãe, Ginsberg acabou em tratamento psiquiátrico. Aos 29 anos, ele já tinha escrito muita poesia, mas quase nada publicado. Ele ganhou popularidade a partir de 1955, com o seu poema Howl (considerado por muitos, obsceno e pornográfico, assim como o seu autor...). Howl (Uivo) foi o livro de poesia mais vendido da história dos EUA, tendo vendido mais de 1 milhão de exemplares em pouco tempo, e foi seguido por vários outros poemas importantes, como Kaddish, onde ele faz uma espécie de auto-exorcismo, escrevendo sobre a loucura e morte de sua mãe. Por esse período, Ginsberg viaja o mundo, descobre o budismo e se apaixona por Peter Orlovsky, que seria seu companheiro por 30 anos, embora sua relação não fosse monógama.
No início dos anos 60, enquanto sua celebridade crescia, ele se lança na cena hippie, ajuda Timothy Leary a divulgar o psicodélico LSD e participa de uma lista incrivelmente grande de eventos, como o Human Be-In, em 1967, em San Francisco, onde ele é um dos que conduzem a multidão cantando o mantra OM. 
Ginsberg é também figura-chave nos protestos contra a guerra do Vietnã na Convenção do Partido Democrático de Chicago, em 1968. Após conhecer o guru tibetano Rinpoche, Ginsberg aceita-o como seu guru pessoal. Depois, juntamente com a poeta Anne Waldman, cria uma escola de poesia. Sempre participando de eventos multiculturais, Ginsberg manteve sua agenda social ativa até a sua morte, em 5 de abril de 1997, em Nova Iorque.Ginsberg tinha muitos fãs, entre eles Jim Morrison, do grupo The Doors. Morrison era tão viciado nas poesias e obras dele que dizia escrever suas músicas após ter lido algum de seus poemas. Sabe-se que Ginsberg e a banda The Clash eram fãs recíprocos. O poeta fez uma participação especial na música Ghetto Defendant, cantando ao lado de Joe Strummer trechos de um de seus poemas. Ian Astbury, lider da banda The Cult e amigo pessoal dos músicos dos The Clash, que recitava Howl (Uivo) no início dos shows, é um grande propagador da obra de Ginsberg, ao qual dedicou a música Bodihsatwa, do seu álbum solo Cream, que fala sobre zen-budismo e poetas beat. Foi ainda um dos expoentes do movimento literário denominado de beat composto por um grupo de autores que trabalhavam com poesia, prosa e consciência cultural. Ginsberg articulou e formalizou a beat. Sua escrita era típica. 
Oscilava entre pólos: do mantra ao sexo explícito, do sagrado ao profano, do espiritual ao material. A utopia de Ginsberg era a de uma sociedade harmoniosa, onde coubessem os loucos e, por afinidade, todas as modalidades de contexto estranho. O trânsito entre dois mundos: o da marginalidade e o da cultura erudita. Fonte: Wikpédia

Leia mais no site A rua sétima, lá você poderá ler uma entrevista e poemas do poeta Allen Ginsberg.


Imagem: Culture by Aagaardds

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