sábado, 10 de setembro de 2016
Tempo bom
São Paulo, madrugada fria, chamo-o a conversar comigo como se tivéssemos hora marcada e sem demora, ele vem.
Tempo, meu mais antigo e nunca velho amigo, me presenteando cartas brancas, onde escrevo meus delírios. Depois coloco na garrafa e jogo em tuas águas, guardadas até alcançarem as mãos do grande presente. Não sou a mesma criança, do primeiro dia que conversamos, mas se valesse a medida, comecei o sétimo ano. Por isso lhe chamei novamente. Chegou a hora de me matricular, na escola do que aceitei, quando alguém disse meu verdadeiro nome e vieste, de braços dados com Poiesis, descortinar todos os passos que me levaram a ela. Sei que me favorece mais, quando esqueço-o, pois foi o jeito que combinamos para não me consumir. Não maldigo quando passa, não maltrato quando não vem. Elástico no prazer e curto no enfadonho, seja Kairós, seja Chronus, Sol girando, ou areia navegando num oito. Não importa o nome que lhe dão, sempre o reconheço e admiro em segredo, sem que o outro saiba que lhe estende a mão. Continue bem vindo no seio da minha família e a me guiar nas tuas águas. Sendo presente onde eu esteja, fazendo do sorrir, lembrança atemporal. Estou pronto pra aprender mais, tu o professor e a vida, sempre uma nova lição.
Que os despertadores cantem em uníssono: o Tempo é bonito.
Até o próximo encontro e obrigado pela lembrança do aniversário, hoje é dia de te encontrar brincando, na consciência de todos por onde passar.
Hoje é dia de Tempo bom.
Joakim Antonio
(escrito na areia, levado pelo tempo)
Imagem: Bottle of time by Lupaakarii
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eu só o vejo
ResponderExcluirde relance,
de passagem...
Se for de sua vontade, chame-o Margot, ele vem! :) Obrigado pela visita!
ExcluirA vida é só rio abaixo, mas de vez em quando é bom parar em uma margem ou outra.
ResponderExcluirVero, poeta. Sempre sábio. Obrigado!
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