Desenho feito a partir de relato de testemunhas
Cara olha só o que descobri hoje, saiu no jornal do meu pai.
Ah então eu já sei, não tem nada que eu não saiba de notícia.
Então você já sabia que há um vampiro em Curitiba?
Deixa de falar besteira cara, vampiros não existem.
Mas tá aqui ó, no jornal, vampiro de Curitiba.
Tá bem então, se tem foto, já não é.
Aqui diz que ninguém consegue fotografá-lo.
Tá mas vampiro não sai no sol.
Ninguém o vê de dia. Aliás, aqui diz que ninguém o vê.
Mas não tem vampiro brasileiro não, já viu vampiro moreno cara.
Nada a ver, ele morde só branco agora por acaso? Mas de qualquer jeito ele é pálido e... nossa!!
Que foi? Fala logo que agora você me deixou nervoso.
Deve ser novo, saca só, vampiro não vive muito?
É sim, por que?
Ele está fazendo 86 anos hoje.
Então é verdade, tem um vampiro em Curitiba.
Peraí, não é vampiro que se falar o nome 10 vezes ele aparece?
E quantas vezes nós falamos?
Vampiro?
Nesse momento a luz se apaga.
Joakim Antonio
(Texto publicado em virtude da comemoração dos 86 anos de Dalton Trevisan, no dia de hoje ele completa 89 anos de idade.)
Dalton Jérson Trevisan (Curitiba, 14 de junho de 1925) é um escritor brasileiro, famoso por seus livros de contos, especialmente O Vampiro de Curitiba (1965), e por sua natureza reclusa.
É reconhecido como um importante contista da literatura brasileira por grande parte dos críticos do país. Entretanto, é avesso a entrevistas e exposições em órgãos de comunicação social, criando uma atmosfera de mistério em torno de seu nome. Por esse motivo recebeu a alcunha de "Vampiro de Curitiba", nome de um de seus livros. Assina apenas "D. Trevis" e não recebe a visita de estranhos.
Prêmios
Foi eleito por unanimidade vencedor do Prémio Camões de 2012, ano em que também recebeu o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Fonte: Wikipédia
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