Um poeta
Sente
Tempero brasileiro
bem e mau
tropicalientes
Sente
Entre prosas e nada
trovas gozadas
intermitentes
Sente
Num baú de conversas
sensações futurísticas
presentes
Sente
Realidade plena e desconexa
originalidade concreta
consistentes
Sente
Um poeta
Joakim Antonio
Cresci sob um teto sossegado,
meu sonho era um pequenino sonho meu.
Na ciência dos cuidados fui treinado.
Agora, entre meu ser e o ser alheio
a linha de fronteira se rompeu.
Algaravias: câmara de ecos, Waly Salomão.
Rio de Janeiro. Rocco, 2007.
Há exatos 10 anos, um câncer no intestino levou o poeta baiano Waly Salomão. No dia 5 de maio de 2003, aos 59 anos, o artista morreu após passar alguns dias internado no Rio de Janeiro. Filho de uma baiana com um sírio, Waly teve forte ligação com o Tropicalismo, na década de 60, e era um dos grandes nomes da contracultura no Brasil. Em 1967 formou-se em direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas nunca exerceu a profissão. Cursou a Escola de Teatro da mesma instituição e estudou inglês na Universidade de Columbia, em Nova York, no início da década de 70.
Waly escreveu nove livros de prosa e poesia e era colaborador de vários jornais e revistas. Mais do que escritor, o artista foi um importante produtor cultural: produziu shows, organizou publicações e coletâneas. Foi letrista parceiro de cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Itamar Assunção, Adriana Calcanhoto e Cássia Eller. Era um dos padrinhos do projeto social Afrorregae, que promove ações culturais em comunidades cariocas.
Por suas obras, recebeu diversos prêmios literários, entre eles o Jabuti e o Alphonsus Guimarães com o livro Algravias, lançado em 1996. Em 2003, foi secretário do Livro e da Leitura no Ministério da Cultura na gestão Gilberto Gil. Mas o maior reconhecimento vinha do próprio meio artístico - todos os pareceiros de trabalho de Waly o definem ainda hoje como um grande gênio da poesia. Em 2008, o documentário Pan-Cinema Permanente, do diretor Carlos Nader, sobre a vida e obra de Waly, venceu o Festival É Tudo Verdade. Assista ao trailler do filme e saiba mais sobre quem foi o poeta. Fonte: EBC
Para saber mais:
Há exatos 10 anos, um câncer no intestino levou o poeta baiano Waly Salomão. No dia 5 de maio de 2003, aos 59 anos, o artista morreu após passar alguns dias internado no Rio de Janeiro. Filho de uma baiana com um sírio, Waly teve forte ligação com o Tropicalismo, na década de 60, e era um dos grandes nomes da contracultura no Brasil. Em 1967 formou-se em direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas nunca exerceu a profissão. Cursou a Escola de Teatro da mesma instituição e estudou inglês na Universidade de Columbia, em Nova York, no início da década de 70.
Waly escreveu nove livros de prosa e poesia e era colaborador de vários jornais e revistas. Mais do que escritor, o artista foi um importante produtor cultural: produziu shows, organizou publicações e coletâneas. Foi letrista parceiro de cantores como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Itamar Assunção, Adriana Calcanhoto e Cássia Eller. Era um dos padrinhos do projeto social Afrorregae, que promove ações culturais em comunidades cariocas.
Por suas obras, recebeu diversos prêmios literários, entre eles o Jabuti e o Alphonsus Guimarães com o livro Algravias, lançado em 1996. Em 2003, foi secretário do Livro e da Leitura no Ministério da Cultura na gestão Gilberto Gil. Mas o maior reconhecimento vinha do próprio meio artístico - todos os pareceiros de trabalho de Waly o definem ainda hoje como um grande gênio da poesia. Em 2008, o documentário Pan-Cinema Permanente, do diretor Carlos Nader, sobre a vida e obra de Waly, venceu o Festival É Tudo Verdade. Assista ao trailler do filme e saiba mais sobre quem foi o poeta. Fonte: EBC
Para saber mais:
- Página sobre o poeta Waly Salomão, em Wikipédia
- Poemas em português e espanhol em Antonio Miranda
- Poemas e entrevista por Heloisa Buarque de Hollanda em Jornal da Poesia
- Ensaio "As Algaravias de Waly Salomão", por Roberto Zular, em Modo de Usar & Co.
- O pensamento quente de Waly Salomão, por Leonardo Lichotee em O Globo
Vídeos
- Waly Salomão recita olhos de lince em Youtube
- Caetano, Waly e Adriana, Rev.Literária. de Marcos Ribeiro em Youtube
Imagens
1. Documentário "Pan-Cinema Permanente"
2. Documentário "Pan-Cinema Permanente" Julio Covello/Divulgação
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