ela traça o plano
aparece travestida de som, sentimento, toque, sem que ninguém a evoque, presente um milésimo de segundo antes de sequer pensarmos em tê-la, ou melhor, cortejá-la para que nos tome e sopre em nossos ouvidos, seus antigos e sedutores segredos, transformando o nada em tudo.
presente no primeiro gemido, no gozo, em gestos de irreverência, nas falas, música e letras de protesto, na batida calma do coração a meditar, nos dedos vibrantes na guitarra e na primeira fala ritmada, quando do nascimento de rappers, repentistas, artistas e demais filhos que ela adotar.
ela anda, corre, dança, fala, cala, canta, se esconde, se infiltra, se doa, suja, limpa, transparente, come, bebe, respira.
a poesia cresce!
Joakim Antonio
“considerações necessárias
“considerações necessárias
é preciso tirar a poesia da clausura dos concursos, das gaiolas do acaso, do exílio das gavetas, trazê-la para o sabor do consumo rápido e fácil, envolvê-la de popularidade, sem o vulgarismo perigoso do que é descartável, mas também sem a absurda pretensão do que se quer eterno.
poesia para fazer rir e refletir, evoluir e incomodar, propor e decompor. poesia para os botecos, para os gabinetes, para as praças, para os salões de festas, para os mocambos, para as favelas, estúdios, vídeo clipes e palanques.
poesia sem medo, poesia sem trauma, poesia-pão, poesia-sim, poesia-não. pois ia ousar um dia popularizar a poesia.
viva a poesia viva!”
Pio Vargas
Pio Vargas
Pio Vargas (Iporá, 7 de setembro, 1964 — Turvelândia, 8 de março de 1991) foi um poeta brasileiro, apontado por Paulo Leminski como um dos mais criativos poetas de sua geração:
“Pio Vargas tem um ‘eu’ coletivo tão forte que chego a vê-lo muitos. De sua poesia consigo extrair a certeza do que digo, insistente: há uma geração recente que usa e abusa da modernidade, fazendo dela o principal elemento a interferir na criação. Este Pio Vargas me trouxe uma poesia fascinante que não se atrela a falsos modelos de invenção, mas flutua, inventiva, com os mais amplos e possíveis signos do fazer poético”.
A Biblioteca Estadual Pio Vargas, em Goiânia, foi assim denominada em sua homenagem.
Obras
Poesia
- Janelas do espontâneo - GO, 1983.
- Anatomia do gesto - GO, 1989.
- Os novelos do acaso & o ofício de afagar efêmeros - GO, 1991.
- Em 2010 foi lançada uma antologia, organizada por Carlos Willian Leite, com a poesia completa de Pio Vargas.
Para saber mais:
Imagens:
1. Capa do livro, Pio Vargas: Poesia Completa, organização de Carlos Willian Leite
2. Pio Vargas
- O despertáculo de Pio Vargas em Revista Bula
- Página sobre Pio Vargas em Antoniomiranda.com.br
- Pio Vargas: um beat no Olimpo em ueg.br
Imagens:
1. Capa do livro, Pio Vargas: Poesia Completa, organização de Carlos Willian Leite
2. Pio Vargas
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