terça-feira, 30 de agosto de 2011

O importante é o que você sentiu - Retratos da alma



Gosto de saber o que cada um sentiu, pois observamos a mesma coisa com visões diferentes, conforme o momento atual e a soma de toda uma vida. E é incrível ver como os comentários estão conectados por uma fina teia de ideias, formando ao final uma grande poesia.

Para mim, o importante é o que outro sentiu.

Escrevo sempre sobre o que o momento pede, por isso dou muita importância ao que o momento traz!




Poderia a poesia ser explicada?
Como colocar sentimentos em palavras?
É possível escrever com sangue?
 Como sair da órbita do coração?....
 

Clique abaixo para ler o poema completo


Publicado 27/08 na coluna Palavra expressa, quinzenalmente no site Retratos da Alma.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ao sabor do vento - Descortinando Guillaume Apollinaire (escritor)



Tinha tanto medo de alturas
que nunca descera da árvore
adormeceu pensando
morrerei lagarta

Quando acordou e saiu do casulo
olhou-se admirada
agradeceu pelo novo olhar
agradeceu pelas nova cores
agradeceu pelas novas pernas
agradeceu por não precisar mais rastejar

Mas assim que agradeceu tudo que podia
olhou para o chão, teve medo e pensou
Deus pra que me dar tudo se a coragem não tenho
para que tanta beleza presa em uma árvore

Pediu se possível uma explicação
pediu se merecedora
ouvir a voz de Deus

Então um vento forte
soprou e derrubou-a do galho
desesperada começou a se debater
e então descobriu que podia voar

Agradeceu o recado
e nunca mais
parou de agradecer

Joakim Antonio


"Venham até a borda, ele disse. Eles disseram: Nós temos medo. Venham até a borda, ele insistiu. Eles foram. Ele os empurrou... E eles voaram."
Guillaume Apollinaire


Guillaume Apollinaire (nascido Wilhelm Albert Vladimir Apollinaris de Kostrowitzky, Roma, 26 de agosto de 1880 — Paris, 9 de novembro de 1918) foi um escritor e crítico de arte francês, possivelmente o mais importante ativista cultural das vanguardas do início do século XX, conhecido particularmente por sua poesia sem pontuação e gráfica, e por ter escrito manifestos importantes para as vanguardas na França, tais como o do Cubismo, além de ser o criador da palavra Surrealismo.

Sua obra literária e crítica anunciava os princípios de uma nova estética que tinha como fundamento a ruptura com os valores do passado. Os seus poemas, O bestiário ou o cortexo de Orfeo (1911), Álcoois (1913) e Calligrammes (1918) refletem a influência do simbolismo, com importantes inovações formais. Ainda em 1913, apareceu o ensaio crítico Os pintores cubistas, em defesa do novo movimento como superação do realismo. Wiki


Para saber mais:

Português

Quatro poemas de Guillaume Apolinaire em astormentas.com

Aqui alguns caligramas - poesia visual em antoniomiranda.com.br

English

All poems


Imagem: Into the Light by holydak

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Sendo - Descortinando Paulo Leminki (poeta)

 
o Bandido que Sabia Latim 

Autocensura

Pensei em ter
algo de Paulo 
vê se pode 

Ririam ao dizer 
de Leminski 
só o bigode 


Passeio de dez agrupados

Palavras 
     saem e retornam 
agrupando-se 
     como gostam 

Letras 
     dez iguais 
x x x x x x x x x x 
     nada formam 
  

Joakim Antonio  



ERRA UMA VEZ

nunca cometo o mesmo erro
        duas vezes
já cometo duas três
        quatro cinco seis
até esse erro aprender
        que só o erro tem vez

HEXAGRAMA 65

Nenhuma dor pelo dano.
  Todo dano é bendito.
Do ano mais maligno,
  nasce o dia mais bonito.

1 dia,
    1 mês, 1
     ano


Paulo Leminski 


"Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além"

Paulo Leminski 



Paulo Leminski Filho (Curitiba, 24 de agosto de 1944 — Curitiba, 7 de junho de 1989) foi um escritor, poeta, tradutor e professor brasileiro. 

Filho de Paulo Leminski Filho e Áurea Pereira Mendes. Mestiço de pai polonês com mãe negra, Paulo Leminski foi um filho que sempre chamou a atenção por sua intelectualidade, cultura e genialidade. Estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra. Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados franceses.

Em 2013 o livro organizado por Alice Ruiz "Toda Poesia" foi best seller. Neste mesmo ano se iniciou a exposição itinerante "Múltiplo Leminski" que já passou por Curitiba, Foz do Iguaçu, Goiânia, Recife e Salvador. Em 2014 foi lançado um disco duplo com suas composições intitulado Leminskanções (www.leminski.com.br). Estão previstos para o mesmo ano o lançamento do songbook com depoimentos de amigos, parceiros e intérpretes, o lançamento do acervo digital e o portal oficial www.pauloleminski.com.br



Conheça mais de Paulo Leminski: 

Instituto Paulo Leminski, com diversos links. 

Documentário Ervilha da Fantasia, para assistir online.

A música de Leminsky, por Estrela Ruiz Leminski.


Imagem original: Do filme "Ervilha da Fantasia", documentário de Werner Schumann, rodado em 1985, com Paulo Leminski, é o mais importante trabalho realizado sobre o poeta, onde ele descreve todo o seu pensamento sobre poesia, cinema, literatura, psicanalise e apresenta a sua obra.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Azul da cor do mar - Descortinando Nelson Rodrigues (escritor)



Jorge chega em casa e encontra seus amigos, Júlio e Carlos, conversando dentro do carro, então ele solta um sonoro oi, que é respondido com vários sinais para que não faça barulho. Sem entender nada ele, agora bem baixinho, pergunta:

- Me fala aí, o que tá pegando?

Eles se entreolharam e disseram juntos:

- Olha do outro lado da rua.

- Humm, a Clara, tia do Marquinhos, e dai?

- Como e daí, disse Carlos, você é cego?

- Claro que não, se eu estou vendo ela direitinho.

Júlio coloca as mãos na cabeça:

- Presta atenção Jorge, olha como ela está, não tem nada chamando sua atenção?

Jorge olha para dentro de casa, para os dois lados da rua, como se procurasse algo, então disfarçadamente olha para frente.

- Não acredito que é o que estou pensando?

- Mas é claro, diz Júlio, você viu? É azul, não é?

- Vocês estão parados aqui, só porque dá pra ver um pedaço da calcinha dela?

Carlos tenta se defender:

- Mas nessa meia hora que estamos aqui, quase deu pra ver algo mais.

- Meia hora? Você disse meia hora? Espero que minha mulher não ache que estou no carro com vocês. Deixa eu falar umas coisinhas para vocês.

Então Jorge passa um sermão nos amigos, enumerando todos os motivos por que deveriam sentir vergonha de estar fazendo isso, complementando com um, "Ninguém é mais criança aqui!".

Carlos e Júlio tentam se defender, em vão, e acabam concordando que é melhor ir embora, pois Jorge, além de chato, está chamando muita atenção e não vão conseguir ver mais nada ali, então Carlos dá partida no carro e sai falando alto:

- Tchau seu velhinho.

Enquanto Júlio coloca a cabeça fora do carro e grita também:

- Velhinhooooooooooooooo...

Jorge olha para Clara que, sem saber ser a causadora, ri da situação e diz:

- Liga não Jorge, amigo é assim mesmo, tudo doido.

Ele ri, dá um tchauzinho e abre o portão, mas na hora de trancá-lo, demora uns segundos a mais e dá uma nova olhada na Clara; então entra em casa devagar, aperta o passo no meio do quintal, entra pela porta e encontra sua mulher na sala, dá um beijo nela, deixa suas coisas e sai para o quintal de novo, já pegando a vassoura.

- Para que essa pressa toda querido?

- Você viu aquela calçada amor? Pelo amor de Deus, está um lixo só. Vou aproveitar essa meia horinha, antes do sol se por, e dar uma bela limpada nela, assim ainda aproveito um pouco da bela vista que está lá fora.

E saiu de pazinha, saco de lixo e vassoura em riste. Ao abrir o portão, acenou novamente para Clara e começou a limpar a calçada vagarosamente, enquanto ao mesmo tempo assobiava, Azul da cor do mar.

Joakim Antonio

 "Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino)." - Nelson Rodrigues

(Foto: Jarkiel Gonzgarowska)

Nelson Falcão Rodrigues (Recife, 23 de agosto de 1912 - Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1980) . Autor. Ao longo de sua trajetória artística, Nelson Rodrigues é alvo de uma polêmica que o faz conhecer tanto o sucesso absoluto, como em Vestido de Noiva, 1943, cuja encenação por Ziembinski marca o surgimento do teatro moderno no Brasil, quanto a total execração, como em Anjo Negro, 1948, ousada montagem para a época pelo Teatro Popular de Arte. Distante de qualquer modismo, tendência ou movimento, cria um estilo próprio e é hoje considerado um dos maiores dramaturgos brasileiros.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Meu folclore - Dia Internacional do Folclore

Dança do Maracatu em Recife - PE


Meu folclore é midiático, programático, iniciático
totalmente eclético, elétrico, mecânico, bruto
sempre veio pré-cozido, digerido, explícito
tem olhares para céu da boca e estrelas do mar

Minha sabedoria é nula, chula, vinda das ruas
comida com as mãos, chupada do osso do pescoço
bebida no orvalho, no sangue de um galho partido
tem ouvidos para cabeceira do rio e olhos d'água

Minha casa é rica, de sapé, madeira, taquara e palha
erigida com suor, barro, coração de tripas
planejada por vidas, ancestrais, meninos e meninas
tem  lembranças de semente de flor e ovo de pássaro

Minha história é incompleta, encantada, infinita
escrita com pedaços, cantoria, fiéis exemplos
capa de couro usado e riscado pelo tempo
tem sentimentos do que virá e do que se foi

Joakim Antonio 

22 de agosto comemora-se o Dia Internacional do Folclore 
Folclore é um gênero de cultura de origem popular, constituído pelos costumes e tradições populares transmitidos de geração em geração. 
O interesse pelo folclore nasceu entre o fim do século XVIII e o início do século XIX, quando estudiosos como os Irmãos Grimm e Herder iniciaram pesquisas sobre a poesia tradicional na Alemanha e "descobriu-se" a cultura popular como oposta à cultura erudita cultivada pelas elites e pelas instituições oficiais. Logo esse interesse se espalhou por outros países e se ampliou para o estudo de outras formas literárias, músicas, práticas religiosas e outros fatos chamados na época de "antiguidades populares". 
O termo folclore (folklore) é um neologismo que foi criado em 1846 pelo arqueólogo Ambrose Merton - pseudônimo de William John Thoms - e usado em uma carta endereçada à revista The Athenaeum, de Londres, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter o significado de saber tradicional de um povo.


Imagem: Maracatu by 422

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Passeando pelo Rio - Passeando pelo cotidiano

Convido-os a ler minha crônica, "Passeando pelo Rio", no Passeando pelo cotidiano dos amigos Suzy e Thomaz, conhecer o grande conteúdo de cultura presente no blog, aproveitando também para participar da promoção Top Comentarista que está rolando por lá.

Ah, o Rio em Dezembro, praticamente de Janeiro, muito sol, lindas mulheres, futebol, voleibol, águas limpas, azuis, verdes. Paisagens sempre coloridas, mudando os tons conforme o tempo e o temperamento.  
Não posso falar dele inteiro, mas a Barra era um paraíso...

Clique abaixo para ler o texto completo



Criado em 16 de julho de 2009 por Thomaz e Suzy, Passeando Pelo Cotidiano é um blog de variedades que tem como principal objetivo divulgar as mais diversas expressões culturais através de artigos sobre música, cinema, teatro, televisão, arte e literatura, além de abordar os acontecimentos do cotidiano relacionados a política, economia, esportes e entretenimento.


sábado, 13 de agosto de 2011

Rabiscos - Retratos da alma




Traços sem direção
Dedo, caneta, pele, papel
Palavras ao léu

Desenhos reconhecidos...

Linhas sem destino...


Hoje é dia da coluna Palavra Expressa no site Retratos da alma

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Concursos Literários




Convido-os a conhecer o blog Concursos Literários que divulga editais e resultados de Concursos e Prêmios Literários abertos à participação de brasileiros. Possui uma área de Concursos do Mês atualizada o final de cada mês com o resumo dos concursos do mês seguinte, possui também uma área importantíssima com Ajuda & Dicas para todos que desejam prestar concursos literários.

O objetivo deste projeto é tornar-se, ao lado da comunidade Concursos Literários no Orkut, a fonte mais completa e acessível de editais e resultados de Prêmios e Concursos Literários.

A ideia é a seguinte: ao ampliar a divulgação dos concursos, tendemos a beneficiar os concursos em si - que devem contar com mais inscritos; os autores que participam destes - que podem enriquecer seus currículos literários com diversas premiações; e, por consequência, a produção literária nacional - uma vez que o fomento à produção é objetivo de todos os concursos literários.

Além deste blog, organizamos também uma Página no Facebook e um Perfil no Twitter.

Equipe: Rodrigo Domit, Sérgio Bernardo, Joakim Antonio

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