sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

De algum lugar do passado ou Pretensões de um adolescente


Texto escrito durante um dia de fraco expediente, na banca de jornal onde trabalhava; palavras de um adolescente, cheio de sonhos, pretensões e que como todo adolescente, acha impossível ser detido, superado ou abatido.

Quem sou eu? ( ou O fim da espada do samurai )

Quem sou eu? Faço-me esta pergunta agora, porque já não sei mais quem sou. Outrora, jurei tornar-me uma pessoa consciente dos meus deveres, uma pessoa que jurou não deixar que suas emoções controlassem seus pensamentos e sim forçar seus pensamentos a controlarem suas emoções. Só que a coisa não é tão fácil assim.
Comecei treinando minhas mente até deixá-la afiada como uma navalha, logo após comecei a preparar meu espírito para que suportasse todas as pressões, como se ele fosse uma blusa de lã a proteger-me dos rigores do inverno, por último treinei meu corpo para que fosse tão resistente como o aço, ou seja, poderia me comparar a uma antiga espada de um samurai, feita do mais duro aço, com o mais fino corte e protegida por uma bainha contra as intempéries do tempo e da vida.
Ao fim do treinamento me perguntei; Quem sou eu? A resposta me veio a mente e repeti comigo mesmo.
Eu sou aquele que busca o refinamento pessoal, então outra pergunta me aflorou à mente; Que refinamento é este? O refinamento do corpo e do espírito. A essência de si mesmo, é isso que você busca e está quase alcançando.
De repente parei e pensei, será que estou ficando louco? Agora estou falando sozinho, e uma sensação percorreu meu espírito, e a voz me disse: não você não está louco e nunca mais estará sozinho, pelo menos enquanto não se desviar de sua busca. Seja sábio, pense um pouco e saberá que falo a verdade, pense mais um pouco e saberás quem sou!
E a resposta veio a minha mente, a voz era nada menos que meu eu interior, liberado depois de muito sofrimento e muito trabalho árduo. Então me perguntei novamente; Quem sou eu? Eu sou a cana de açúcar, aquela que depois de passar por grandes apertos, ser moída e remoída passou por um processo de refinamento até virar o açúcar. Eu sou o açúcar, mas não qualquer açúcar, eu sou aquele com o qual será preparado o manjar dos deuses.

Passei muito tempo assim, sabendo que, se não era, me tornaria o melhor.

Joakim Antonio "Adolescente"

Para ver os originais clique aqui, e não se assuste com a letra feia :)

4 comentários:

  1. Caramba, que texto incrivel amigo...
    Nunca tinha me observado por esse prisma, mas agora me vejo também como um açucar a ser refinado ou quem sabe até como um barro a ser moldado e transformado em um lindo e valioso vaso!
    Forte abraço e mais uma vez parabéns!

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  2. Nossas observações e textos escritos de adolescente mostram muito quem somos, e quem nos tornaremos. Eu já varei madrugadas olhando manuscritos em uma letra "estranha", que foi minha e já mudou. Mas certas coisas permanecem em nós, "diamantes lapidados". Muito bom.

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  3. Lá estava você, já com domínio das palavras, a se fazer a pergunta que todos nós, em algum momento (ou em alguns) da vida, fazemos. A resposta é ampla, e muda com os anos, atualmente eu acredito que "sou a força que habita dentro de mim", como eu disse na descrição do meu perfil.

    E então, você estava certo?

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"Quando escrevo minhas idéias tornam-se a pena e minha alma a tinta, por isso quando você lê, você me sente."

Deixe-me saber o que você sente.

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