"Sua maciez chegava, voando por sobre o tempo, sobre o mar..."
(Quem Morre - Pablo Neruda)
Pequena Morte
Na primeira vez, acordei primeiro e fiquei olhando ela dormir, seu peito subia e descia calmamente, compassadamente como um relógio preciso, já era dia e eu amei estar ali. Continuávamos abraçados, encaixados, não era mais virtual e continuávamos conectados. Admirava seu semblante calmo, amável, havia um leve sorriso mesmo estando dormindo. Deslizei as costas da mão pelo seu rosto, descendo pelo pescoço, por sua pele cor de bronze e seu cabelo agora selvagem, depois da guerra travada ali naquele campo de batalha. Como agora, não tinha o mínimo de sono, queria guerrear mais, mas também adorava ver ela em paz. Ainda mais quando a paz era dupla, pois nessa luta ninguém sai perdendo apesar de acabarem os dois morrendo. Uma pequena morte é verdade, mas que sempre é buscada, pois com ela o corpo para no tempo e apenas por um momento, as almas se fundem, voam e dançam para retornarem completas, repletas um do outro e de si mesmos. E todo dia eu quero morrer de novo.
Joakim Antonio
"Dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tanta vez enquanto vivem, são eternos como é a natureza." Pablo Neruda
Pablo Neruda (Parral, 12 de Julho de 1904 — Santiago, 23 de Setembro de 1973) foi um poeta chileno, bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México., bem como um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX e cônsul do Chile na Espanha (1934 — 1938) e no México.
Em outubro de 1971 recebeu o Nobel de Literatura, "por uma poesia que agindo como uma força elemental, dá vida a um continente de destinos e sonhos".
'Não aprendi nos livros qualquer receita para a composição de um poema ... e penso que a poesia é uma ação passageira ou solene em que entram em doses medidas a solidão e solidariedade, o sentimento e a ação, a intimidade da própria pessoa, a intimidade do homem e a revelação secreta da Natureza ... Não sei se aquilo o vivi ou escrevi, não sei se foram verdade ou poesia, transição ou eternidade, os versos que experimentei naquele momento, as experiências que cantei mais tarde.
De tudo aquilo, amigos, surge um ensinamento que o poeta deve aprender dos outros homens. Não há solidão inexpugnável. Todos os caminhos conduzem ao mesmo ponto: à comunicação do que somos. E é necessário atravessar a solidão e aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico em que podemos dançar com hesitação ou cantar com melancolia, mas nessa dança ou nessa canção acham-se consumados os mais antigos ritos da consciência; da consciência de serem homens e de acreditarem num destino comum.'
Para saber mais:
Em Português
- Biografia de Pablo Neruda em Wikipédia - A enciclopédia livre
- Poemas de Pablo Neruda (sem erros) em A Magia da Poesia
- Ensaio, Pablo Neruda - A vida, os amores e a tragédia pessoal de um Prêmio Nobel, por Gutemberg da Mota e Silva, Desembargador do TJMG em Revista MagisCultura Mineira (Pdf)
En espanõl
- Escuche a Neruda recitar algunos de sus famosos poemas en Neruda - Universidad de Chile
- Biografía cronológica, obras, estudios críticos y enlaces, con secciones dedicadas a sus orígenes, las mujeres de su vida y las casas y colecciones del poeta en http://www.neruda.uchile.cl
- Recordando a Pablo Neruda en 19 enlaces.
Imagem: Neruda by Faboarts
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