Levava para marte
Sem sair do lugar
E à sua frente
Pessoas do mundo inteiro
Salpicada ou inteiras
Em tons de vermelho
Vermelho sangue
Guerra, ira, miséria
Presente na alma
De diversos guerreiros
Passageiros, ditos da paz
Com fome e esperando
O prato da vingança esfriar
Muitos não queriam
Mas diziam estar ali
Aparentemente, sem escolha
Poi não havia outro caminho
E nas suas certezas
Este era o único trem
Que conseguiam enxergar
O trem era esperança
De que poderiam fugir
Mudar de vida
Indo a outro mundo
Sem espelhos disformes
Como esses daqui
Que lhes mostram frágeis
Um lugar de descanso
Dessa guerra religiosa
Onde os ignorantes
Não aceitam Seu Deus
E ele é obrigado
Em nome de Seu Deus
Destruir alguns lares
Uma lenda antiga diz
Que de vez em quando
O trem para e sai veloz
Em direção à estação Sol
Mas somente os loucos
Que chegaram nus
Conseguem embarcar
Joakim Antonio
Publicado originalmente na coluna Palavra expressa, no site Retratos da Alma.
Imagem: Red train by Artbytheo
Qualquer lugar ainda é destino...
ResponderExcluirÉ vero poeta! Abraços.
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