O que te faz insistir sempre na mesma tecla, você come, dorme, acorda e tudo muda, menos essa compulsão, esse querer sempre mais.
O que será esse insistir que borbulha em suas veias, não no lugar, mas junto ao sangue, há muito contaminado, desde aquele dia que, pela primeira vez, colocou a mão na tinta e a pressionou sobre a parede.
Será que você pensou no depois, enquanto caçava de dia e ao desenhar varando a noite, será que já sabia, que com a mesma ponta do dedo, mas a tinta agora enlatada, voltaria a desenhar nas paredes, já não mais escondidas.
Quando foi que você começou a pausar a vida, olhar para a amante, pensar nos atuais ou futuros filhos, admirar não só o gosto, mas as cores e disposição da comida, olhar o céu querendo o voo dos pássaros e guardar suas penas coloridas.
Em qual momento percebeu, que a pena era suave na mão e que ainda fresca, escorria preciosa tinta, da mesma cor que corria em suas artérias, irrigando o coração de emoção e aumentando o desejo de deixar eternizadas, as imagens que se formam em sua retina.
Quem poderá saber, além de você, porque insiste na mesma tecla, quem poderá questionar os porquês dos poetas, quem ousará entender a mente do escritor e quantos loucos mais surgirão, tentando desvendar a loucura presente, nas linhas da própria mão.
Joakim Antonio
Parabéns a todos escritores!
O Dia Nacional do Escritor foi instituído no dia 25 de julho de 1960, definido por Decreto Governamental, após o sucesso absoluto do 1º Festival do Escritor Brasileiro, organizado pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de João Peregrino Júnior e Jorge Amado, Presidente e Vice-Presidente, respectivamente.
Imagem: Montagem by Descortinamento Mental
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